Governo do Estado reconduz Paulo Ruy Carnelli à presidência da Cesan

O governador Renato Casagrande nomeou, na tarde dessa terça-feira (11), o ex-secretário de Meio Ambiente, o engenheiro Paulo Ruy Valim Carnelli, para assumir a presidência da Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan). Ele já havia presidido a companhia entre os anos de 2005 e 2008, durante o governo Paulo Hartung (PMDB). O retorno acontece em meio aos boatos no mercado de que, pelo menos, uma fatia da Cesan poderia ser adquirida por outras empresas de saneamento.



Paulo Ruy vai substituir outra pessoa ligada ao governo passado, Neivaldo Bragato, que deixou a pasta no mês passado. Desde a última semana, a Cesan vinha sendo comandada internamente pela engenheira Sandra Sily, funcionária de carreira que já ocupava uma diretora da companhia.



Apesar do histórico ao lado do ex-governador, Paulo Ruy ocupou o cargo de secretário de Meio Ambiente na atual gestão. Em março do ano passado, o engenheiro deixou o governo sob justificativa que passaria a atuar como consultor de empresas privadas de saneamento. Tanto que, em uma rede social, ele se identifica como consultor do grupo Odebrecht. Para o mercado, o ex-presidente era visto como o principal figura na articulação dos projetos de parceria público privado (PPPs) do setor, um negócio bilionário e em franca expansão no Espírito Santo.



Nos meios políticos, a nomeação de Paulo Ruy neste momento, quando estão em curso as articulações partidárias para as eleições de 2014, ganha também a conotação eleitoral. A recondução de Paulo Ruy, filiado ao PSDB, ao comando da Cesan pode sinalizar uma proximidade do governador socialista com os tucanos. No plano nacional, uma aliança entre os presidenciáveis dos dois partidos passou a ser discutida nos últimos dias.



Em relação à disputa no Espírito Santo, o governador está cada vez mais distante de conseguir repetir o grande bloco de apoio conseguido nas eleições de 2010. Por ironia, o adversário de Casagrande naquele pleito foi o ex-deputado federal Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB). Hoje, os principais adversários do socialista podem sair de reunião dos seus maiores aliados em 2010, o PT e o PMDB, devido à formação das chapas presidenciais – que deve opor a presidente Dilma Rousseff e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, do PSB.