Sexta, 26 Abril 2024

Grupo de Hartung aposta em Luiz Paulo para se transferir do governo para prefeitura

Grupo de Hartung aposta em Luiz Paulo para se transferir do governo para prefeitura

Caso Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) confirme o favoritismo e saia vencedor da disputa pela prefeitura da Capital, terá que entregar uma parte generosa da administração para Paulo Hartung (PMDB), como paga pelo apoio do ex-governador e seu grupo à campanha do tucano.

 
Na festa do PSDB da última quinta-feira (30), no Clube Álvares Cabral, os hartunguetes (núcleo duro de Paulo Hartung) deram uma mostra que estão com o apetite voraz por cargos na administração do município.
 
Homens de confiança de Hartung, como o ex-secretário de Saúde e atual diretor de Administração e de Meio Ambiente da Cesan, Anselmo Tozi, assim como o presidente da Cesan, Neivaldo Bragato, acompanharam os passos do ex-governador de perto. 
 
Além de estar representado na chapa tucana na condição de vice, com o também ex-secretário de Educação Haroldo Rocha, o grupo de Hartung, antes mesmo da apuração das urnas, não esconde que está, desde já, de olho nos cargos. 
 
A voracidade dos hartunguetes parece assustar os tucanos. Se Hartung cobrar de Luiz Paulo o mesmo que cobrou de Casagrande, a conta por cargos vai às alturas, deixando os aliados e os próprios tucanos de fora da administração municipal. 
 
O grupo de Hartung, que juntamente com o seu líder vem enfrentando desgaste no governo do Estado, precisa urgentemente arrumar um novo “banker” para se abrigar. 
 
A perda de espaço do grupo de Hartung se acentuou com a eclosão dos escândalos de corrupção envolvendo o Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases), autarquia vinculada a uma das secretárias mais estratégicas do governo anterior, a de Justiça, que movimentou, só com a construção de presídios (todos sem licitação), mais de meio bilhão de reais no governo passado.
 
Embora ainda não queira admitir publicamente, em função dos acordos firmados, que haja qualquer mal-estar com o seu antecessor, o governador Renato Casagrande vem diminuindo, veladamente, o espaço dos hartunguetes no seu governo. 
 
Um exemplo foi a saída, em julho último, de Robson Leite da Chefia de Gabinete de Casagrande. Como todo mundo sabe, Robson Leite fazia as vezes de olhos e ouvidos de Hartung dentro do Palácio Anchieta. Sua saída foi um claro sinal de desterritorialização do ex-governador. 
 
Outro exemplo pode ser notado no caso do escândalo envolvendo o Iases. É verdade que Casagrande se mantém à espreita, para depois não ser acusado de ter dado um empurrãozinho nas investigações. Mas nos bastidores se comenta que ele está disposto a dar a corda necessária para que as investigações avancem e desmantelem o esquema de corrupção montado na autarquia que, em última análise, é de responsabilidade do secretário de Justiça Ângelo Roncalli, outro remanescente do governo Hartung que começa a ficar mais vulnerável. Já se comenta, inclusive, que há uma investigação em curso para destrinchar os contratos da Sejus relacionados à construção e terceirização de unidades prisionais. 
 
A experiência de Casagrande de entregar parte do seu governo a aliados de Hartung parece não ter sido exitosa. Repetir a experiência na prefeitura de Vitória, caso Luiz Paulo saia vencedor, será um grande desafio para os tucanos. Luiz Paulo terá que dar nó em pingo d’água para acomodar o grupo de Hartung, que é grande, no seu governo e ainda atender às demandas dos próprios colegas de partidos e aliados. Tudo isso sem despersonalizar seu governo. Porque, para todos os efeitos, os eleitores tucanos pensam que estão votando em Luiz Paulo. 

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