Sexta, 19 Abril 2024

Grupo de Zardini tenta desqualificar inquérito da Operação Pixote

 

Há fortes indícios de que um grupo esteja se articulando dentro do Ministério Público Estadual (MPE) para desqualificar o trabalho da força-tarefa que investiga as denúncias de corrupção no Instituto de Atendimento Sócioeducativo do Espírito Santo (Iases). A pressão teria aumentado a partir da última quinta-feira (6), após o delegado Rodolfo Laterza, que comanda a força-tarefa, entregar o relatório das investigações ao MPES e ao Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES).
 
De fora da investigação, confiada ao delegado Laterza pelo próprio governador Renato Casagrande, o procurador especial Fernando Zardini estaria incumbido de articular a reação dentro do órgão. A missão do ex-chefe do MPES seria desqualificar o inquérito do delegado para proteger investigados ligados ao ex-governador Paulo Hartung. Casos do secretário de Justiça Ângelo Ronacalli, do deputado estadual Josias da Vitória (PDT) e do juiz Alexandre Farina. 
 
No relatório da Pixote, Roncalli, Da Vitória e Farina aparecem envolvidos no esquema de corrupção instalado no Iases. Entretanto, como os três dispõem de foro privilegiado, a Justiça terá que aguardar um parecer do MPES, que avaliará o inquérito da força-tarefa para decidir se oferecerá ou não denúncia contra os suspeitos. 
 
Nos bastidores corre a informação de que os membros do MPES encarregados de blindar os aliados de Hartung já estariam comentando que o inquérito de Laterza tem pontos vulneráveis, que não sustentariam as acusações contra os investigados. 
 
A partir dessa informação, passa a fazer sentido a declaração do governador Renato Casagrande, durante as festividades do Sete de Setembro. O governador afirmou que manteria Roncalli no cargo até que o MPES se manifestasse sobre o caso, ou seja, ao fazer a afirmação Casagrande deu poder de arbítrio à instituição e desqualificou o trabalho da força-tarefa.
 
A declaração de Casagrande chega a ser contraditória. Se ele mesmo designou o delegado para dar curso às investigações, por que ele precisaria esperar a manifestação do MPES para exonerar o secretário? O governador não confia no trabalho da força-tarefa que ele mesmo criou?
 
As últimas movimentações de Casagrande, que tem feito verdadeiros malabarismos para defender os interesses de Hartung e de seu grupo, aumentam as suspeitas de que exista uma manobra em curso para minar o trabalho da força-tarefa e devolver o controle das investigações da Pixote ao MPES, que se encarregaria de “engavetar” o caso, expediente recorrente da gestão Zardini.

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