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Iminente cassação de Daniel da Açaí cria clima de comoção em São Mateus

No dia seguinte ao início do julgamento do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) da chapa formada pelo prefeito Daniel da Açaí (PSDB) e do vice-prefeito Doutor Zé Carlos (PMDB), o clima no município de São Mateus, no norte do Estado, é de comoção por parte da população, que tem se manifestado contrária à iminente cassação do prefeito. 
 
O julgamento dessa quarta-feira (27) foi interrompido em função do pedido de vista do juiz Rodrigo Júdice, mas o placar, até aqui, de cinco votos favoráveis à cassação do mandato do prefeito, deve levar o eleitor mateense de volta às urnas em uma eleição extemporânea.
 
Em entrevista a uma rádio local nesta quinta-feira (28), o prefeito repercutiu o julgamento do pleno do TRE. Daniel se mostrou resignado com o resultado que caminha para a cassação do seu mandato. “Estou tranquilo, se tiver que ter outra eleição também, a prefeitura está de portas abertas, estava há muito tempo. Chamei os secretários hoje cedo e estamos em ritmo de transição. Se tiver que passar a prefeitura, a gente está bem tranquilo; e se tiver que fazer a transição final no máximo em 15 dias deve sair [a decisão da Justiça Eleitoral]”, disse o prefeito à rádio. 
 
A revolta da população em relação à nova eleição se explica pelo resultado da disputa do ano passado. Daniel da Açaí recebeu 30.780 votos, o equivalente a 55,32% dos votos válidos. O segundo colocado na ocasião, Carlinhos Lyrio (PSD), ficou bem atrás, com 14.063 votos (25,27%) e o deputado estadual Freitas (PSB) ficou com 10.797 (19,41%) dos 55.648 votos válidos do município. A somatória dos votos de Freitas e Lyrio não alcança a votação do prefeito. 
 
A comoção está manifestada na percepção da população de que o prefeito estaria sendo “punido” por ajudar a solucionar o problema de água na cidade. A iniciativa do empresário, que é dono da fonte de água Açaí, em distribuir água gratuitamente à população durante a crise hídrica no município criou uma relação afetiva entre Daniel e o eleitorado mateense. 
 
A prática foi considerada ilegal pela Justiça Eleitoral, porque causou de forma flagrante um desequilíbrio no pleito de 2016, favorecendo a candidatura de Daniel da Açaí. Mas a população entende de outra forma, vendo o prefeito como um empresário do bem que socorreu o povo em um momento de necessidade. Uma situação contraditória que deve gerar muito debate político e influenciar no pleito extemporâneo. 
 
Embora ainda reste ao prefeito uma ponta de esperança de que os juízes do TRE revejam seus votos ou que consiga, por meio de um recurso, se manter no cargo, as chances são remotas. Ele deve mesmo perder o mandato, mas se tornará o principal cabo-eleitoral da disputa extemporânea. 
 
Resta saber quais serão os postulantes a disputa e se Daniel estaria disposto a apoiar um dos candidatos.

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