Domingo, 28 Abril 2024

Iriny critica indicação de pastor para comandar CDHM da Câmara

Iriny critica indicação de pastor para comandar CDHM da Câmara

“Não é possível que alguém que não respeita os direitos humanos seja presidente da CDHM [Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados]”. A afirmação é da deputada federal Iriny Lopes (PT), nas redes sociais, sobre escolha do pastor Marcos Feliciano (PSC/SP) para presidir a Comissão.



O deputado Marco Feliciano (PSC-SP) foi eleito na manhã desta quinta-feira (7) por 11 votos. A escolha do deputado, que está bem distante do perfil esperado para o comando da CDHM, se deu por conta de uma manobra política. O PT abriu mão da Comissão, assim como o PCdoB, que tinha predileção pela Comissão de Cultura. O PMDB e o PSDB abriram mão das vagas na comissão e com isso o PSC ganhou maioria na comissão.



Antes da votação nesta quinta, representantes de PT, PSOL e PSB deixaram a reunião. A escolha do novo presidente seria nesta quarta-feira (6), mas devido às manifestações dos representantes de direitos humanos foi adiada para esta quinta. Novamente, vários protestos aconteceram durante a eleição de Feliciano.



A reunião teve início a portas fechadas para evitar as manifestações ocorridas nessa quarta. O acesso a manifestantes não foi permitido, mas houve debates acalorados entre deputados evangélicos e os defensores dos direitos dos homossexuais e negros.



A deputada Luiza Erundina (PSB-SP) criticou a decisão de impedir o acesso de manifestantes à reunião. "Os espectadores não devem estar entendendo esse episódio que nos remonta a um período triste da nossa história. A questão aqui é política", afirmou a parlamentar.



Na próxima terça-feira (12), os parlamentares que se retiraram da eleição da Comissão se reúnem para decidir que medidas tomarão. Não está descartada a formação de uma comissão paralela de Direitos Humanos.



Iriny Lopes, que já comandou a CDHM por duas ocasiões, embarcou para Caracas para acompanhar as homenagens ao presidente da Venezuela, Hugo Chaves, morto na terça-feira (5). Mas antes deixou no Facebook e no Twitter sua impressão sobre a mudança na comissão.



“Para que não restem dúvidas, reafirmo: Se a sociedade aprova, a indicação deve ser apoiada. Neste caso, a sociedade repudia a presença do indicado na presidência desta comissão e esse repúdio tem que ser respeitado”, afirmou a deputada se referindo às manifestações ocorridas na Câmara nessa quarta-feira (6), que acabaram por adiar a escolha do presidente da CDHM.



E as manifestações não devem parar por aí. Também pelas redes sociais está sendo organizado um evento, com data e dia provisórios, neste sábado (9), às 15 horas, na Ufes para discutir a formatação de um ato contra a indicação do deputado. Em São Paulo, o ato já está marcado para às 14 horas deste sábado, na Avenida Paulista.



A polêmica envolvendo a escolha de Feliciano para o cargo se deu depois que o pastor difundiu por meio do Twitter mensagens de cunho racista. “Africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé. Isso é fato”, disse o deputado. Também divulgou mensagens ofensivas a homossexuais. Mesmo assim foi eleito para a comissão que tem como objetivo defender as minorias.



 

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