Município foi o único do Estado com segundo turno das eleições internas

Joana Darck (Para a Estrela Votlar a Brilhar) foi eleita como nova presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado, em disputa contra Eliz Altoé (Reconstruir com Coragem). O segundo turno do Processo de Eleição Direta (PED) foi realizado nesse domingo (27), e o PT de Cachoeiro divulgou o resultado final nesta segunda-feira (28). Não foi informado, porém, o número de votos de cada concorrente.
Cachoeiro foi o único município do Espírito Santo que precisou fazer segundo turno do PED do PT. Na cidade do sul do Estado, não se repetiu a aliança formada a nível estadual entre a tendência Alternativa Socialista (AS) e o campo Pra Voltar a Sonhar (PVS). Eliz Altoé se candidatou representando a AS, do presidente eleito o PT capixaba João Coser, deputado estadual.
Já Joana Darck, que não é ligada a nenhuma corrente partidária interna, entrou na disputa representando o PVS – que tem entre seus componentes o deputado federal Helder Salomão e a deputada estadual Iriny Lopes, os quais apoiaram Coser na estadual. Iriny, inclusive, vai assumir a Presidência no segundo biênio, conforme o acordo estabelecido.
No primeiro turno de Cachoeiro, ficou em terceiro lugar Jean Milhorato, o candidato a presidente que representou a tendência Construindo um Novo Brasil (CNB), da deputada federal – e presidente estadual que perdeu a reeleição – Jack Rocha. No segundo turno, o grupo de Milhorato declarou apoio a Joana Darck.
Filiada ao PT desde 1995, Joana Darck entrou na militância política por meio das comunidades eclesiais de base da Igreja Católica. Ela também participou do movimento estudantil nas faculdades São Camilo e Faculdade de Direito de Cachoeiro de Itapemirim (FDCI), e foi uma das fundadoras do Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH) Pedro Reis, no ano 2000, organização hoje coordenada por Eliz Altoé. Atualmente, é professora do ensino médio, e preside o Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde do Sul do Estado (Sitesci).
Com o PT, foi secretária de Cultura no segundo mandato do ex-prefeito Carlos Casteglione (2013-2016). Se candidatou a vereadora em 2000, 2004, 2008 e 2012, e a prefeita em 2020. Suplente em 2008, assumiu uma cadeira na Câmara Municipal por dois meses.
“Minha candidatura [no PED] atende a um grupo plural de militantes do partido, que vê em mim a possibilidade de restaurar a força do PT em Cachoeiro. E eu aceitei o convite porque tenho vontade de contribuir com o partido, no qual estou filiada há 30 anos, no sentido qe recolocá-lo no lugar de protagonismo político, como já foi na história recente”, afirma Joana.
Agora eleita, ela pretende colocar em ação as teses de seu grupo, incluindo: reaproximação das bases partidárias; diálogo com todas as forças internas; combate ao nazifascismo; e eleger vereadores do PT em 2028.
Concorrente de Joana, Eliz Altoé é assistente social e coordenadora do Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH) Pedro Reis. Foi candidata a vereadora em 2024, mas não se elegeu. No PED deste ano, recebeu o apoio de Carlos Casteglione, ex-prefeito de Cachoeiro (2009-2016) que se candidatou novamente em 2024, terminando a eleição em último lugar. Casteglione também é o atual presidente do diretório municipal do PT.
Litígio em Cariacica
O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) validou, na semana passada, o resultado do Processo de Eleição Direta (PED) em Cariacica. A chapa “A Estrela tem que Brilhar”, liderada pela vereadora Açucena, candidata derrotada a presidente do diretório municipal, havia pedido a anulação dos votos do grupo concorrente ao Diretório Estadual, e teve o recurso acatado, por nove votos a dois. Entretanto, a chapa “Construindo uma Nova Cariacica”, de Luiz Carlos Gaurink Dias, presidente reeleito, recorreu à Nacional, que se posicionou favoravelmente ao resultado do pleito, por cinco votos a favor, dois contra e uma abstenção. Não há mais possibilidade de novos recursos.
“O PT é assim mesmo, tem disputa. Eu fiquei abismado, porque perder recorrer é muito ruim, não entendem o que é democracia. Geralmente, a CNB, em todas as disputas que perdemos, não fizemos recurso. Todo o processo foi discutido com paridade de mesários, paridade de fiscais, toda a estrutura – o que tinha para uma chapa era idêntica para a outra. Então, perderam, mas o problema é que não sabem perder”, comentou Gaurink.