O deputado Sandro Locutor (PPS) respondeu na sessão ordinária da Assembleia Legislativa, desta quarta-feira (11), à afirmação do secretário da Mesa, Enivaldo dos Anjos (PSD), feita nessa terça-feira (10), sobre as visitas de executivos da Vale a deputados. Enivaldo dissse que os representantes da empresa estavam fazendo lobby na Casa para pressionar os deputados em relação à CPI do Pó Preto.
Locutor explicou que a visita já estava agendada e foi para tratar da realização do encontro da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale). Durante a fala de locutor, houve atrito com Enivado, que presidia a sessão e cobrou que o deputado do PPS não se alongasse no discurso.
Sandro Locutor foi o único a se pronunciar sobre o caso. Nessa terça-feira, sem revelar os nomes dos deputados assediados pela empresa, Enivaldo dos Anjos ocupou a tribuna da Casa para dizer que dois diretores da Vale estavam fazendo visitas a deputados para constrange-los em relação à CPI.
Enivaldo afirmou que como está em posição de alvo das investigações da comissão que apura as responsabilidades das empresas na poluição atmosférica da Grande Vitória, com danos à saúde dos moradores da Região, as poluidoras não deveriam estar transitando na Casa.
Histórico de lobby
O deputado Enivaldo tem razão em fazer alerta de que pode estar havendo lobby por parte da empresa para intimidar os deputados em relação aos trabalhos da CPI. Em 2013, o deputado Gilsinho Lopes, que à época tentava implantar a CPI com mesmo tema no Legislativo, fez denúncia semelhante. O republicano denunciou que houve lobby das empresas ba poluidoras, que seriam as principais investigadas, o que culminou com a retirada de cinco assinaturas de apoio, o que impediu a abertura do CPI do Pó Preto.
Durante seu pronunciamento, Gilsinho Lopes exibiu no painel eletrônico imagens do relações públicas da empresa, Luiz Soresini, que foi flagrado em imagens do sistema de videomonitoramento da Casa em três visitas à sede do Legislativo nos dias 5, 10 e 12 de junho de 2013. Ele teria circulados por gabinete de parlamentares.
Compõem a comissão os deputados Rafael Favatto (PEN), Erick Musso (PP), Dary Pagung (PRP), Gildevan Fernandes (PV) e Euclério Sampaio (PDT). Favatto, nessa terça-feira, garantiu que nenhum membro da CPI recebeu a visita de executivos da Vale. Mas o fato de alguns dos deputados terem recebido financiamento de empresas poluidoras, faz com que a comissão comece os trabalhos sob suspeita de ser “chapa branca”.
