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Magno Malta quebra recesso para articular nova investida contra STF

Oposição mobiliza novo pedido de impeachment e de CPMI sobre Banco Master

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Moreira Mariz/Agência Senado

O senador capixaba Magno Malta (PL) e outros parlamentares de oposição fizeram uma pausa no recesso do Congresso Nacional para pressionar a Casa contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A nova investida acontece na esteira do escândalo do Banco Master, e a divulgação na imprensa de informações sobre supostas ligações entre Moraes e o dono da instituição financeira, Daniel Vorcaro, que chegou a ser preso em novembro.

No fim da tarde desta segunda-feira (29), deputados e senadores de oposição fizeram uma coletiva de imprensa em Brasília, onde anunciaram que estão coletando assinaturas para um novo pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes, além de um requerimento para a criação de Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar o caso do Banco Master.

Magno Malta e outros parlamentares oposicionistas têm defendido inclusive a suspensão do recesso do Congresso Nacional, para que as proposições passem a tramitar imediatamente, o que parece improvável. O próprio líder da oposição na Câmara dos Deputados, deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB), afirmou que o pedido de impeachment deverá ser protocolado após o recesso, tendo em vista que muitos deputados e senadores já haviam se organizado para as férias, mas gostariam de participar do ato.

Segundo o Cabo Gilberto Silva, já existem 114 assinaturas (14 senadores e 100 deputados) no pedido de impeachment, mas a oposição pretende chegar a 200 em fevereiro. Já o pedido de CPMI conta com 170 assinaturas da Câmara e 20 do Senado, de acordo o líder da oposição – é necessário o apoio de 27 senadores e 171 deputados para a instalação, além das decisões dos presidentes das duas Casas.

Duranta a coletiva de imprensa, o senador Magno Malta defendeu que o país vive uma “ditadura judicial” e que “existe um xerife no Brasil hoje”. Ele também elogiou a imprensa nacional pela cobertura jornalística do caso do Banco Master, mas comentou que o “mostro” Alexandre de Moraes “cresceu” também por causa dos veículos de imprensa.

“Alexandre de Moraes, eu desafio você a mandar a Polícia Federal seis horas da manhã na casa de Malu Gaspar [colunista de O Globo]. Eu desafio você a mandar a Polícia Federal seis horas da manhã na casa de Mônica Bergamo [colunista da Folha de São Paulo]. Eu desafio você, Alexandre de Moraes, a colocar Malu Gaspar no inquérito das fake news. Você não vai fazer. Porque se você fizer, você sabe que a casa vai cair mais rápido do que já está caindo”, disparou.

O caso

O Banco Master é investigado desde 2024 por fabricação de carteiras de crédito falsas e promessas de rendimentos muito acima dos praticados no mercado. Em novembro, o Banco Central determinou a liquidação extrajudicial da instituição financeira e a prisão de seu dono, Daniel Vorcaro, devido ao risco de fuga.

Desde então, o caso tem sido trazido à tona supostas ligações entre empresários, políticos e integrantes do Judiciário. A tentativa de compra do Banco Master pelo Banco BRB, instituição estatal do Distrito Federal, teria contado com a intermediação de políticos do Centrão.

O ministro Dias Toffoli assumiu para si a relatoria do caso no STF e determinou sigilo absoluto nas investigações, ao mesmo tempo em que o colunista Lauro Jardim, de O Globo, viajou em um jatinho para Lima, no Peru, para assistir à final da Libertadores da América junto com um advogado do Banco Master.

O Globo revelou também um contrato milionário entre o escritório de advocacia da esposa de Moraes, Viviane Barci de Moraes, com o Banco Master. Já a colunista Malu Gaspar afirmou, em texto publicado na semana passada, que o próprio Moraes procurou o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, para defender o Banco Master. A repórter citou fontes não identificadas, e as partes envolvidas se defenderam dizendo que os encontros foram tratar das sanções a Moraes via Lei Magnistiky.

O episódio tem servido de combustível para extrema direita desgastar o STF, em sua luta para salvar os golpistas de 8 de janeiro de 2023. Por outro lado, as deputadas federais de esquerda Heloísa Helena (Rede-AL) e Fernanda Melchiona (Psol-RS) protocolaram, no fim de semana, um pedido de CPMI para investigar as fraudes do Banco Master.

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