Após cobranças, Júnior Corrêa, de Cachoeiro, enviou proposta de R$ 2 mil para educadores

Cinco prefeituras dentre as dez maiores cidades do Estado confirmaram, até agora, que vão conceder abonos salarais natalinos a servidores do Poder Executivo: Vitória; Aracruz, Linhares e São Mateus, no litoral norte; e Cachoeiro de Itapemirim, na região sul. Funcionários públicos costumam ficar na expectativa pelo anúncio do benefício de fim de ano, e esse tipo de medida acaba ganhando um componente político relevante, sobretudo às vésperas de eleições.
Nessa sexta-feira (19), em meio a cobranças nas redes sociais, o prefeito interino de Cachoeiro, Júnior Corrêa (Novo), encaminhou à Câmara de Vereadores um projeto de lei que prevê abono natalino de R$ 2 mil aos servidores da Educação no município. A proposta só poderá ser aprovada ainda este ano se a Câmara convocar uma sessão extraordinária.
Na última sessão ordinária do legislativo de Cachoeiro deste ano, realizada na última terça-feira (16), foi aprovado um valor adicional ao auxílio-alimentação de dezembro para todos os servidores do Poder Executivo, no valor de R$ 1 mil, além de R$ 1 mil como auxílio excepcional para estagiários. A Câmara já havia aprovado um abono de R$ 6 mil para todos os servidores efetivos e comissionados do Poder Legislativo que estavam inscritos na folha de pagamento em novembro deste ano.
Dos quatro maiores municípios da Grande Vitória, apenas a Capital já confirmou abono, no valor de R$ 2 mil, aprovado na Câmara de Vereadores no último dia 8. O valor é maior do que o do ano passado, de R$ 1,5 mil, mas inferior ao que foi concedido para os funcionários públicos do Poder Legislativo, de R$ 3 mil.
“O abono vem com o intuito de mascarar as ações de sucateamento e perseguição aos servidores da Capital”, avaliou na ocasião Waleska Timoteo, presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Vitória (Sindsmuvi), sobre a medida implementada pela gestão do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos), apontado como pré-candidato a governador em 2026.
Século Diário procurou as gestões dos prefeitos Euclério Sampaio (MDB), em Cariacica, Arnaldinho Borgo, em Vila Velha (PSDB), e Weverson Meirelles (PDT), na Serra, questionando se haveria propostas de concessão de abono natalino este ano, mas só a última respondeu, informando que, “até o momento, não há definição quanto à concessão de abono de fim de ano aos servidores municipais, sejam eles do quadro geral ou da educação”. Se a situação se mantiver, será o segundo ano consecutivo sem abono na Serra.
Em Vila Velha, a Câmara de Vereadores aprovou a concessão de valor adicional correspondente a um mês de auxílio-alimentação para servidores ativos efetivos, comissionados, cedidos e agentes políticos (ou seja, os próprios vereadores) do Legislativo. Servidores efetivos da Casa e vereadores recebem R$ 1,2 mil de auxílio, e comissionados ganham R$ 700. O projeto ainda depende da sanção de Arnaldinho.
Em Guarapari, também na região metropolitana do Estado, não há propostas de abono para este ano. No último dia 9, foi aprovado um reajuste no auxílio-alimentação dos servidores do Executivo, de R$ 220 para R$ 320. Entretanto, o funcionalismo fez um protesto contra a gestão do prefeito Rodrigo Borges (Republicanos) nessa quarta-feira (17), durante a votação e aprovação de uma proposta que prevê a criação de 29 novos cargos comissionados no Executivo.
Dentre os municípios do norte do Estado, em Aracruz, o prefeito Dr. Coutinho (PP) já sancionou a lei que concede abono de R$ 1,5 mil a todos os servidores do Executivo, incluindo também conselheiros tutelares, estagiários e pensionistas. Os servidores da Câmara também conseguiram R$ 1 de abono, além de R$ 1,5 mil adicionais no auxílio-alimentação.
Em Linhares, a gestão do prefeito Lucas Scaramussa (Podemos) vai pagar em dobro o tíquete-alimentação de R$ 640 nos meses de dezembro e janeiro, chegando a R$ 1,2 mil no total. Para aposentados e pensionistas, o abono é de R$ 1 mil, mesmo valor para estagiárias, que beneficiados com uma bolsa-auxílio excepcional. Os servidores do Legislativo terão abono de R$ 3 mil.
Já em São Mateus, o prefeito Marcus da Cozivip (Podemos) concedeu R$ 541,14 adicionais no tíquete-alimentação de dezembro dos servidores ativos da prefeitura. Os funcionários da Câmara conseguiram um valor bem mais alto, um abono de R$ 5 mil.
No caso de Colatina, município do noroeste, foi aprovado um abono-prêmio de R$ 3,2 mil apenas para os servidores da Câmara. Por lá,o funcionalismo da prefeitura está na bronca com a gestão do prefeito Renzo Vasconcelos (PSD) por causa da regulamentação do pagamento do chamado Abono Assiduidade aos profissionais do magistério. A categoria critica a utilização do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) para custear um benefício considerado “excludente” e de difícil acesso.
Entre os servidores estaduais, foi aprovado o pagamento de um abono de R$ 1,2 mil, para o funcionalismo em geral, e R$ 2,5 mil para os trabalhadores da Secretaria de Estado da Educação (Sedu), previsto para a folha de dezembro deste ano.

