Sábado, 20 Abril 2024

​Milhares protestam por vacina, comida e fim do governo Bolsonaro

fora_bolsonaro_24_j_roberto_junquilho Roberto Junquilho
Roberto Junquilho

Por vacina, emprego, mais comida e a saída da política de militares da ativa, milhares de pessoas tomaram as ruas neste sábado (24) em mais de 400 cidades brasileiras, incluindo Vitória e outras cidades do Espírito Santo, na quarta manifestação da série de protestos pelo fim do governo Bolsonaro iniciados em todo o país em maio, com número cada vez maior de participantes. O ato trouxe a público também as denúncias de corrupção na compra de vacinas e a ameaça de um golpe contra a democracia, que coloca em risco as eleições de 2022.

Professores, estudantes, políticos, empresários, movimentos sociais e religiosos, centrais sindicais e ativistas se unem no grito "Fora Bolsonaro", que ocorre também em 15 países, no momento em que o Brasil registra mais de 550 mil mortes pela Covid-19. Houve distribuição de máscaras e álcool em gel e frequentes recomendações para o respeito às normas médico-sanitárias de distanciamento. A estimativa é de uma participação entre sete a oito mil pessoas, muito acima do evento de 3 de julho.

A concentração foi marcada para as 14 horas nas imediações do Instituto Federal de Educação (Ifes), desde a praça de Jucutuquara até a Avenida Paulino Muller e a rua João Santos Filho. Mas a partir de meio-dia, grupos de manifestantes começaram a se posicionar, a pé, de bicicleta, moto e de carro para a carreata em direção à praça do Papa, na Enseda do Suá, onde ocorreu o encerramento, com uma apresentação relacionada ao Dia Internacional da Mulher.

No trajeto entre o local da concentração e a Praça do Papa, centenas de carros tiveram as buzinas acionadas e seus ocupantes faziam gestos de aprovação ao protesto. Das janelas dos apartamentos na avenida César Hilal e em residências localizadas no morro do Jaburu, bandeiras do Brasil e da cor vermelha foram agitadas, enquanto os manifestantes entoavam "Doutor, eu não me engano, o Bolsonaro é miliciano" e "A nossa luta unificou, agora é estudante com trabalhador". 
Roberto Junquilho
Alguns moradores saíram à calçada em apoio à passeata, animada por bandas de grupos estudantis e movimentos sociais. "As ruas estão mais quentes em todo o país, porque ninguém aguenta mais. Além da falta da vacina e do desemprego e da fome, agora são denúncias de corrupção, de superfaturamento na compra de vacinas, 'rachadinha', o governo está fazendo um grande balcão de negócios no Congresso Nacional. Nós precisamos derrubar o governo, que está tirando a vida do nosso povo", disse o deputado federal Helder Salomão (PT), um dos manifestantes, que projeta as ruas cada vez mais cheias de gente agora que a imunização já alcança parte significativa da população.

Sobre a ameaça do general Braga Neto, chefe da Casa Civil, de que não irá ter eleição, o parlamentar afirmou: "Isso tem dois sinais, o primeiro é que o governo está derretendo e, do outro lado, é que eles estão preparando algum tipo de obstáculo ou golpe para evitar que a gente vença as as eleições de 2022. Vamos denunciar o discurso autoritário e continuar organizando o nosso povo, os partidos políticos, para denunciar todo tipo de tentativa como essa".

Fernanda Samoa, bibliotecária residente em Vila Velha, pontuou: "Estou aqui para protestar. Sou servidora pública e com essa Covid, a situação ficou insustentável". Já Marieta Gonçalves dos Santos, psicóloga, estava no protesto para lutar pelos direitos dos trabalhadores e contra o governo fascista. "A gente quer mais vacina e fora Bolsonaro".

Para José Adílson, presidente do Sindicato dos Estivadores, além das questões da falta de vacina, a manifestação tem a finalidade, também, de protestar contra o programa de privatização do governo, que atinge os portos de todo o Brasil. "Os trabalhadores estão na luta".

Outras lideranças políticas, sindicais e religiosas participaram do evento, com uma duração aproximada de três horas, com organização a cargo da ala estudantil, a fim de não congestionar o trânsito, contando com a colaboração da Polícia Militar e da Guarda Municipal de Vitória. Entre eles, o senador Fabiano Contarato (Rede), o ex-prefeito João Coser (PT) e as vereadoras de Vitória Karla Coser (PT) e Camila Valadão (Psol).

Camila fez um discurso contra o fascismo e defendeu a memória do ativista Lula Rocha, falecido recentemente e que teve sua memória agredida na Câmara por um vereador bolsonarista, Gilvan da Federal (Patri), que foi vaiado ao ter o seu nome citado.
 

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Comentários: 1

CHRISTIANO SUNDERHUS FILHO em Sábado, 24 Julho 2021 20:37

Se tanto querem o fim do governo BOLSONARO, entao aguardem por outubro de 2022, e tentem tirar no voto, e nao no GRITO!!! Entenderam?? Ou querem que desenhe??

Se tanto querem o fim do governo BOLSONARO, entao aguardem por outubro de 2022, e tentem tirar no voto, e nao no GRITO!!! Entenderam?? Ou querem que desenhe??
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