Myrthes Bevilácqua Corradi era professora e morreu aos 86 anos
Faleceu, nesta sexta-feira (12), aos 86 anos, Myrthes Bevilácqua Corradi, que entrou para a história do Espírito Santo como a primeira mulher eleita deputada federal no Espírito Santo. Ela conquistou esse pioneirismo nas eleições de 1982, pelo antigo PMDB, compondo uma legislatura que tinha somente duas mulheres, mais 479 homens. Sua morte foi lamentada nas redes sociais pelo governador Renato Casagrande (PSB), que a classificou como “exemplo de dedicação à educação e à justiça Social”.
“Em sua memória, decretarei luto oficial de 3 dias em todo o Espírito Santo. Minha solidariedade à família, amigos e admiradores de sua trajetória”, disse o governador.

Em Brasília, Myrthes integrou a Comissão de Serviço Público e se posicionou pela emenda Dante de Oliveira, cujo objetivo era a volta das eleições presidenciais. Esse foi o único mandato de Myrthes, pois em 1986, buscou se reeleger, mas não conseguiu. Em 1990 tentou voltar ao cargo, assim como em 1994, mas em ambas as eleições também não obteve sucesso. No ano de 2010, foi suplente na chapa de Rita Camata ao Senado, mas a chapa foi derrotada.
Nascida em 1939, em Vitória, Myrthes estudou na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), onde cursou licenciatura em Ciências Físicas e Naturais e Bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais. Atuou como professora particular, substituta e como docente efetiva na rede estadual de ensino. Sua atuação na educação se deu também como chefe de gabinete da secretaria de Educação do Espírito Santo na década de 1960.
Além disso, Myrthes foi presidente da União dos Professores do Espírito Santo (Upes) na década de 1970, período no qual também foi vice-presidente da Confederação de Professores do Brasil (CPB). Por sua defesa dos direitos da categoria, foi tachada de subversiva, fazendo com que a Polícia Política Capixaba fizesse um dossiê sobre ela.
Na década de 1980, comandou a pasta da Ação Social, no Governo do Estado. Fora das áreas da Educação e da Ação Social, integrou a assessoria da Telebras nos anos de 1991 e 1992. Em sua trajetória consta, ainda, atuação no Conselho de Administração das Telecomunicações do Espírito Santo entre 1992 e 1995.