Movimentos nacionais e locais influirão na reeleição de Casagrande
O governador Renato Casagrande vem pavimentando com os aliados de 2010 seu palanque para a disputa à reeleição em 2014, mas as costuras não dependem apenas de suas movimentações com a base. Fatores externos, vindos das investidas do presidente do seu partido, o PSB, governador de Pernambuco Eduardo Campos, e locais, como a busca por um posicionamento político do grupo do ex-governador Paulo Hartung (PMDB), podem influir no palanque palaciano no próximo ano.
Os primeiros ruídos já começaram a surgir na base, com o PMDB reclamando da possibilidade de o PT ocupar um lugar de destaque no palanque com a vaga de vice e Senado. Mas as ocupações dos espaços no palanque do governador devem ser balizadas pelas costuras nacionais, entre PMDB, PT e PSB. Eduardo Campos pressiona o PT ameaçando uma disputa à Presidência. Se o PT conseguir contornar a situação, deve alinhavar uma costura com PSB e PMDB, garantindo o apoio a Dilma Rousseff.
A expectativa é que o ex-prefeito de Vitória João Coser (PT) seja o candidato palaciano ao Senado em 2014, e o PMDB indique o vice da chapa de Casagrande. Mas partidos também importantes na base, como PDT e PR, exigem mais espaço no palanque do governador.
O fator que pode realmente ameaçar a reeleição do governador Renato Casagrande é o papel que será desempenhado pelo ex-governador Paulo Hartung. Mesmo na planície e com o prestígio eleitoral abalado, o peemedebista tem estratégias de movimentação política de bastidores que podem comprometer as costuras feitas por Casagrande.
Seguindo sua dinâmica já conhecida de não antecipar decisões eleitorais, Hartung confunde o mercado, deixando seus emissários criarem a expectativa de que ele pode disputar o Senado e até mesmo o governo do Estado em 2014, o que cria uma instabilidade na base de Casagrande, que antes fora sua base política. Além disso, Hartung conta com um aliado igualmente astucioso em movimentações políticas: o presidente da Assembleia Legislativa, Theodorico Ferraço (DEM).
A movimentação de Hartung já aponta para três complicações no palanque de Casagrande. Se Hartung disputar o Senado, vai trazer reflexões sobre esta eleição, que geralmente é casada com a do governador. Coser dificilmente disputaria a vaga com Hartung e toda a movimentação que vem fazendo dentro do PT para garantir sua candidatura ao Senado pode ir por água a baixo. Também inviabiliza a candidatura da deputada federal Rose de Freitas (PMDB) à vaga. A entrada de Hartung em qualquer posição no palanque governista também afastaria o senador Magno Malta e o PR do grupo.
No caso de Hartung se candidatar ao governo, racha com Casagrande e força a entrada na disputa do Palácio Anchieta do senador Magno Malta, que há muito deseja uma disputa eleitoral com Hartung.
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