Segunda, 29 Abril 2024

Movimentos progressistas tentam barrar investidas da direita bolsonarista

joao_camila_alaes Ales
Ales

Muito mais que uma campanha isolada para reprimir movimentos contrários à vacinação contra a Covid em crianças, a campanha de entidades médicas em oposição aos conselhos federal e estaduais do setor, lançada nesta segunda-feira (15), é mais uma que assume maior dimensão para barrar o crescimento de estratégias da direita e da extrema direita bolsonarista, a menos de um ano das eleições municipais, quando já se discute, também, a sucessão presidencial, em 2026.

A questão está inserida entre os temas que farão parte do discurso eleitoral do campo conservador, juntamente com outros, como o "Escola sem partido", reapresentado na Câmara de Vitória em 2023, repetindo o pleito passado. A estratégia principal passa a ser o levantamento de debates em torno de temas relacionados à família e crenças religiosas, para reforçar o dualismo entre o bem e o mal, o puro e o impuro. Desse modo, colocam em segundo plano o principal, que é o senso de equilíbrio entre o justo e o injusto.

O senador Magno Malta (PL-ES) reapresentou em 2023 o projeto, que visa eliminar das salas de aula a crítica e a diversidade, cassar a liberdade de professores e promover perseguição. O projeto aguarda despacho da mesa para que sejam designadas comissões e ele comece a tramitar. Na Câmara de Vitória, os vereadores rejeitaram o Projeto de Lei 225/2021 que trata da "Escola sem partido".

Às voltas com a repercussão negativa da tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023 e tendo Jair Bolsonaro tornado inelegível pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a ala conservadora se volta para assuntos que foram eixos de campanhas políticas recentes, berço de um volume estrondoso de fake news. Um cenário que se alastrou pelo país e, na região metropolitana do Espírito Santo, onde está concentrada mais da metade do eleitorado estadual, não foi diferente.

Nos principais municípios, o campo conservador domina, com três dos quatro prefeitos, afinados com esses temas. Lorenzo Pazolini (Republicanos), em Vitória, Euclério Sampaio (MDB), Cariacica, e Arnaldinho Borgo (Podemos), em Vila Velha. No quarto município, Serra, o comando está com um político de centro, Sergio Vidigal (PDT).

Todos são candidatos à reeleição, em um cenário que pode permanecer inalterado, com exceção de Vitória, onde a pré-candidatura do deputado estadual e ex-prefeito da cidade por dois mandatos, o petista João Coser, demonstra ter campo para crescer, por ter o apoio maciço do partido.

Nos outros municípios, a atuação das legendas de centro-esquerda, como o PT, ainda é muito tímida. Há ainda a pré-candidatura da deputada estadual Camila Valadão (Psol), nome que desponta entre os progressistas com força para a prefeitura da Capital e que pode surpreender.

Em Cariacica, município que deu à professora universitária e militante petista Célia Tavares o segundo lugar nas eleições de 2020, com 41,31% dos votos válidos, a confirmação de sua pré-candidatura segue em ritmo muito lento. A indefinição se prende à cúpula do partido no Estado, que poderá desaguar em apoio ao atual prefeito, Euclério Sampaio, atuante no campo da direita.

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