Segunda, 29 Abril 2024

Novo cenário político pode aproximar Casagrande do PSDB

Novo cenário político pode aproximar Casagrande do PSDB
O novo cenário político que se desenha pós-manifestações de rua subverte o plano do governador Renato Casagrande (PSB) que, até junho, defendia a manutenção da parceria com o PT e PMDB no Estado e o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff. 
 
A questão é, que de junho para cá, muito água passou por debaixo da ponte. No campo nacional, a presidente Dilma vem assistindo de mãos atadas sua popularidade despencar, o que abriu o precedente para outros nomes se colocarem.
 
Caso do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que já vinha tentando se viabilizar dentro do PSB para disputar a Presidência da República. Um dos obstáculos às pretensões de Campos no partido sempre foi o secretário-nacional da sigla, o governador Renato Casagrande, que interpretava a movimentação do colega como inoportuna e extemporânea. Na verdade, atrapalhava as alianças que Casagrande costurara com tanto esmero nesses dois anos e meio de governo.
 
Em maio, Casagrande foi incisivo ao declarar à imprensa nacional que Campos deveria aguardar pacientemente sua vez na fila. Sem meias palavras, ele disse que Eduardo Campos “não tinha condições de ser candidato, ainda”.
 
O cenário, no entanto, mudou e o nome de Campos ganhou corpo, principalmente após a pesquisa CNI/Ibope publicada nessa quinta-feira (25), que colocou o governador pernambucano como o mais bem avaliado do país, com 58% de bom/ótimo. 
 
O novo contexto fortalece Campos dentro e fora do PSB, e pode obrigar Casagrande a rever sua posição. Mais que isso, se a candidatura do socialista decolar, o governador capixaba teria que construir um senhor palanque para o colega e, de quebra, estender uma passadeira vermelha para o presidenciável aceitar que Casagrande cole sua imagem à de Campos.
 
A parceria PSB-PSDB já começa a se materializar em Minas Gerais e Pernambuco. E os dois presidenciáveis trabalham forte para incluir São Paulo nessa trinca de ferro. Nesses três estados, a ideia é isolar o PT. No primeiro turno, os dois presidenciáveis fariam campanhas separadas nos estados, mas, no segundo, estariam unidos contra a presidente petista. 
 
Se isso de fato ocorrer, a tendência é que Casagrande se aproxime dos tucanos. Caso esse namoro também vire casamento por aqui, Casagrande já teria meio caminho andado para o altar. As quatro principais lideranças tucanas no Estado – deputado federal César Colnago, Max Filho, Luiz Paulo Vellozo Lucas e Guerino Balestrassi – têm bom trânsito com o socialista. Inclusive, Balestrassi ocupa o cargo de presidente do Banco de Desenvolvimento do Estado (Bandes), que tem peso de secretaria de Estado. Luiz Paulo também estava no Bandes, só saiu para integrar a equipe de campanha do senador mineiro. 
 
Com a parceria PSB-PSDB, não está descartada uma chapa conjunta com os tucanos, como Aécio e Campos pretendem fazer em São Paulo, Pernambuco e Minas. 
 
Caso isso ocorra aqui, o PT capixaba ficaria juntando seus cacos, pois não teria mais o estofo da popularidade e favoritismo da presidente para requerer assento no jogo político, nem tampouco teria espaço de honra no palanque de Casagrande, que passaria a ter a presença de tucanos.
 
Quanto ao PMDB, a tendência é que o partido também desembarque da trinca (PSB-PT-PMDB) para lançar o senador Ricardo Ferraço (PMDB) à disputa para o governo do Estado. 

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