Nesta terça-feira (1), os prefeitos eleitos (na foto ao lado, da esquerda para direita: Luciano Rezende, Rodney Miranda, Audifax Barcelos e Juninho) este ano tomarão posse para o primeiro mandato. Na Grande Vitória, todos têm direito à reeleição e terão quatro anos para mostrar que a bandeira da mudança não era apenas discurso de campanha. Não será fácil, já que o primeiro ano de governo já será recheado de desafios.
Seja do ponto de vista político ou administrativo, os prefeitos terão que mostrar algo realmente novo, já que as urnas mostraram em outubro passado que o eleitor não está mais tolerante com a falta de respostas aos seus anseios. Para conseguirem o segundo mandato terão que fazer um excelente primeiro mandato, isso em um momento de instabilidade financeira do Estado.
Politicamente, os prefeitos da Grande Vitória terão um papel de destaque no jogo político do Estado. Começando pelo prefeito da Serra, Audifax Barcelos (PSB). Do mesmo partido do governador, ele vai administrar o município mais importante que o partido dele conquistou este ano. E um dos maiores colégios eleitorais do Estado.
No jogo político pode ajudar na reeleição do governador Renato Casagrande em 2014, se superar seu antecessor Sérgio Vidigal (PDT), administrativamente. Nas cidades capixabas com mais de 200 mil habitantes, Audifax foi o único que não precisou disputar o segundo turno e isso também é um ponto positivo, não só para ele, mas também para seu principal aliado, o governador Renato Casagrande.
Na Capital está uma das lideranças de maior destaque do ano. O prefeito eleito de Vitória, Luciano Rezende (PPS), ganhou destaque político por não ceder à pressão do grupo do ex-governador Paulo Hartung, que pretendia um palanque de consenso.
Derrotou não só a hegemonia PT – PSDB, mas também o candidato do ex-governador Paulo Hartung, o tucano Luiz Paulo Vellozo Lucas. Além disso, o PPS saiu vitorioso também em Cariacica com Geraldo Luzia, o Juninho. Com as vitórias, Rezende colocou o PPS no primeiro pelotão do jogo político do Estado.
Juninho, aliás, tem como grande desafio governar um município grande e pobre, com pouca arrecadação e muitos problemas sociais. Do ponto de vista político, a dificuldade é conseguir igualar o feito inédito de seu antecessor, Helder Salomão (PT), e se viabilizar para a reeleição em 2016. Mas para isso vai ter que provar que seu jeito despojado será eficiente para gerir os muitos problemas que o esperam na prefeitura.
No município de Vila Velha, a eleição de Rodney Miranda (DEM) é uma incógnita para o mercado político. Apoiado por Paulo Hartung, ele tenta criar uma imagem de afastamento do ex-governador ao colocar em sua equipe de governo nomes que não eram diretamente ligados ao antigo governo, à exceção da secretária de Turismo Simone Modolo, que nunca foi de holofotes.
O prefeito, porém, tem uma situação difícil pelas condições políticas, sociais e até naturais da cidade que irá governar. Seu desempenho neste primeiro ano será fundamental para sua colocação no jogo político.
Outro desafio para os novos prefeitos seria o de encontrar um caminho de consenso para os problemas comuns da Região Metropolitana da Grande Vitória. Criada em 1995 e nunca efetivada, a gestão unificada da RMGV, no que se refere à saúde, à educação e à segurança poderia fortalecer as ações dos municípios se os projetos fossem desenvolvidos em parceria, mas isso ainda está muito no discurso.