Palácio Anchieta se cala ante as manifestações no Estado
Diferentemente do presidente do Tribunal de Justiça do Estado, Pedro Valls Feu Rosa, que emitiu nota de apoio à manifestação dos 100 mil que parou Vitória nesta quinta-feira (20), o governador Renato Casagrande ainda não se pronunciou sobre os acontecimentos.
Embora a sede do governo no Centro da Capital e a residência oficial da Praia da Costa, em Vila Velha, tenham sido poupadas do protesto, o confronto com a política na última segunda-feira (17) aconteceu na frente da residência oficial. Havia desde a noite dessa quinta, uma expectativa de que o governo do Estado se posicionasse sobre o fato.
Apenas o secretário de Segurança André Garcia concedeu entrevistas sobre o saldo policial do ato, informando os detidos por vandalismo nas diversas manifestações que aconteceram na Capital e no interior do Estado. Na Assembleia Legislativa, que também foi alvo dos protestos, há uma nota no site, mas referente a um pronunciamento do presidente da Casa, Theodorico Ferraço (DEM), na última terça-feira (18), ainda sobre a manifestação de segunda-feira.
Em nível nacional o silêncio do Executivo também incomoda. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse esperar que a presidente Dilma Rousseff fale à Nação a respeito do quadro político após as manifestações no país. Em pronunciamento na tribuna, nesta sexta-feira (21), Simon avaliou que esse será o mais importante pronunciamento de Dilma, estando seu prestígio e mesmo sua reeleição amarrados ao que dirá em resposta ao recado que está vindo das ruas.
Nessa terça-feira, em entrevista a Século Diário, o especialista em políticas públicas Roberto Simões, destacou o papel da polícia como interlocutora do poder público com os movimentos populares, o que acirra os ânimos. Nessa quinta-feira, lideranças políticas também não se pronunciaram nem antes, durante o depois do protesto.
Enquanto o governador permanece em silêncio, algumas cúpulas em prefeituras estão reunidas para avaliar a situação. Em meio às tentativas de evitar os respingos dos protestos, há também manobras políticas para tentar partidarizar o movimento.
No Estado, a situação não é diferente. Nos bastidores há informações de que na prefeitura de Vila Velha há reuniões fechadas de cunho político para avaliar o movimento. Militantes políticos e empresários estariam se articulando para transformar o momento político em um movimento antiDilma. Os movimentos também podem atingir o governo do Estado e outras lideranças que estão no jogo político de 2014.
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