Domingo, 05 Mai 2024

Partido político é a instituição cujos brasileiros menos confiam

Não é só a presidente Dilma Rousseff e os governadores – principais alvos das manifestações que tomaram as ruas das principais cidades do país a partir de junho – que viram a popularidade despencar com a onda de protestos. A pesquisa do Ibope que mede o Índice de Confiança Social nas instituições mostrou que a credibilidade dos partidos, que já eram malvistos no levantamento do ano passado, caiu ainda mais. 
 
Desde o início da série, em 2009, os partidos políticos sempre ocuparam a lanterna na pesquisa entre as 18 instituições avaliadas. Na deste ano, publicada nessa quinta-feira (1), os partidos caíram mais 14%, se mantendo no rodapé do ranking com índice de 25 pontos, logo abaixo do Congresso Nacional, que era penúltimo em 2012 com 36, e agora despencou mais 19%, caindo para 29 e se mantendo na vice-lanterna
 
 
A pesquisa, que foi feita na ressaca das manifestações de rua (entre 11 e 15 de julho), deve ser interpretada como um alerta para as lideranças dos partidos, que devem enfrentar esses índices nas urnas nas eleições de 2014. 
 
No Espírito Santo, acompanhando a tendência dos outros estados e governo federal, o governador Renato Casagrande acabou se transformando no principal alvo dos protestos. Na pesquisa do CNI/Ibope, publicada na semana passada, já apontava esse desgaste. Casagrande obteve apenas 29% de bom/ótimo, exatamente metade do índice do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que foi o melhor avaliado com 58%. 
 
Prefeitos, deputados e até vereadores, a classe política em geral, ficaram assistindo de longe o desgaste do chefe do Executivo capixaba, fingindo que o recado das ruas não era para eles. Muitos aproveitaram o recesso para mergulhar, contando que o termômetro das ruas arrefeça aos poucos.
 
Essa nova pesquisa, no entanto, mostra que o nível de confiança da população nos partidos e seus integrantes não vai mudar tão cedo. Ao contrário, a tendência é de piora com o início das campanhas e maior evidência dos candidatos. 
 
O levantamento de 2013, pós-protestos, de forma geral, mostrou que, na média, todas as instituições perderam credibilidade em relação aos índices do ano passado. A queda geral foi de sete pontos. 
 
Até os bombeiros que ocupam o topo da lista desde 2009, quando o levantamento passou a ser feito, caíram sete pontos. Foram de 83 para 77. 
 
A pesquisa ainda confirma que a presidente Dilma absorveu o maior impacto da insatisfação das ruas, despencando 33% em relação ao estudo de 2012. A presidente, que esbanjava o vigoroso índice de 63 pontos no ano passado, tem hoje apenas 42. 
 
A pesquisa mostra ainda que o governo federal caiu 23% em relação a 2012 (de 53 para 41); o sistema público de saúde 24% (42 para 32); o Congresso Nacional 19% (36 para 29); e o sindicato 16% (de 44 para 37), completando as cinco quedas mais acentuadas. 
 
“Mesmo com esta queda significativa, a Presidência da República fica em 11º lugar no ranking, com resultado melhor do que o Congresso Nacional e os partidos políticos, que continuam ocupando as últimas posições”, explica Márcia Cavallari, Ceo do IBOPE Inteligência. “O ICS é um termômetro social que reflete o clima atual do país”, completa. 

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