Segunda, 29 Abril 2024

Pastor criminaliza campanha pelo primeiro voto e ataca PT e PCdoB

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"Isso deveria ser considerado crime", afirma o pastor Dinho Souza, dono da igreja evangélica "Povo da Cruz", na Serra, em vídeos divulgados nas redes sociais, nos quais ataca os movimentos sociais Kizomba e Enegrecer, que, com o apoio do PT e PCdoB, promovem campanha visando estimular a juventude a obter o Título Eleitoral. No mesmo tom alarmista do conservadorismo, o pastor fala em aliciamento dos filhos e condena a militância política.

As ações dos jovens são realizadas em locais públicos e nas portas das escolas desde as eleições de 2022, dentro de critérios de campanhas semelhantes aos da Justiça Eleitoral. 

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Gravado em ambiente decorado com fotografias do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), inelegível e ameaçado de prisão, e outros políticos da extrema direita, o vídeo tenta criminalizar o movimento.

"Fui surpreendido com um vídeo de um suposto pastor da Serra, criminalizando nossa ação de incentivo ao maior instrumento democrático do mundo, o voto, fiquei reflexivo e espantando, afinal o direito de votar foi algo construído e consolidado a duras penas", afirma Ivo Lopes, um dos líderes do movimento.

Nas eleições de 2022, ele participou da chapa coletiva "Raça & Classe" na disputa para deputado federal, junto a Manu Kisse e Açucena, atingindo 6 mil votos. Neste ano, ele é pré-candidato a vereador na Serra.

Ivo destaca que "nós somos agentes políticos, cidadãos com deveres e direitos, e iremos sim disputar a política brasileira. Foi-se o tempo que o Parlamento era apenas exclusivo para sua corja, o nosso projeto é do diálogo, da escuta e da construção coletiva com todos, todas e todes de diferentes idades, afinal, a cidade é de todos nós: crianças, jovens, adultos e idosos".

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As ações foram iniciadas neste mês, por meio de integrantes dos movimentos de juventude Kizomba e Enegrecer, ligados ao Partido dos Trabalhadores, junto ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB). A "Caravana do Primeiro Voto" se propõe a ir às escolas de ensino médio na Serra e dialogar sobre a importância da juventude tirar o título e exercer o direito constitucional de votar a partir dos 16 anos.

"Não tem nada de ilegal, fazemos isso todos os anos eleitorais, e quem se coloca contra é para jogar a juventude para baixo", ressalta Ivo, e destaca a citação, pelo pastor, dos nomes do senador Fabiano Contarato e da vereadora da Serra Elcimara Loureiro, ambos do PT, que não fazem parte do movimento, realizado fora do contexto de campanha eleitoral.

"Eles querem que nossos filhos tirem Título de Eleitor e depois façam militância para partidos de esquerda", esbraveja o pastor, acrescentando: "Eles colocam a mãozinha da resistência que, na verdade, é a mãozinha do socialismo", diz, e aponta para "movimentos ideológicos", no mesmo tom da ala extremista do bolsonarismo, que atua no eixo político-religioso. 

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