Terça, 23 Abril 2024

PH atira para todos os lados com objetivo de se fortalecer para 2014

PH atira para todos os lados com objetivo de se fortalecer para 2014

Renata Oliveira e Nerter Samora

De norte a sul do Estado, o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) tem marcado território em palanques com chances de vitória, para garantir uma musculatura capaz de enfrentar Casagrande em 2014. Mas a manobra não é tão bem sucedida assim. 
 
Renata – Nerter, o ex-governador Paulo Hartung tem intensificando sua participação nos palanques de aliados de norte a sul do Estado em uma clara demonstração de demarcação de território para crescer e ganhar musculatura para 2014. Em alguns casos, suas apostas confluem com os aliados de Renato Casagrande e do senador Magno Malta (PR). Mas daí a compartilhar vitória é uma história bem diferente. 
 
Nerter – A atuação do Paulo nestas eleições é bem particular. Ele está visando, como sempre fez, a seu próprio projeto. Hartung vem em um momento complicado com denúncias de corrupção em seu governo e precisa de um certo capital com vistas ao seu futuro político. É claro que o governador Renato Casagrande permitiu que ele se movimentasse, o que está fazendo. Quando Hartung aparece ao lado de Luiz Paulo, ele entra em um palanque com bastante potencial de vencer as eleições, de cara. A mesma coisa acontece em Cachoeiro, quando declara apoio ao palanque do prefeito petista Carlos Casteglione (PT), que está em franco crescimento. Paulo está ficando ousado. 
 
Renata – Ousado, nada. Ele está precisando que os holofotes eleitorais estejam nele para que se as denúncias forem aprofundadas durante o período eleitoral, ele tenha essa justificativa na ponta da língua. Mas é interessante observar como foi a construção dessa entrada de Hartung no processo eleitoral. Primeiro ele atuou nos bastidores para tentar se viabilizar para a disputa em Vitória, não conseguiu. Depois deu uma mergulhada, e aos poucos começou a emergir nas disputas em cidades pequenas com palanques do PMDB, que são favoritos. Então passou para algumas cidades de porte maior e, agora, escancarou de vez, subindo nos palanque que sequer têm o apoio de seu partido...
 
Nerter – O Paulo nunca foi homem de partido. Os apoios seguem a conveniência do momento e não há conveniência maior de apoiar quem está bem na parada. Veja o caso de Cariacica, onde ele prepara um embarque na campanha do deputado estadual Marcelo Santos (PMDB), através de seu interlocutor, Lelo Coimbra. É só lembrar que há poucos meses ele havia anunciado por seus emissários, porque ele nunca aparece quando a bola é dividida, que apoiaria Juninho (PPS), e depois fez um movimento de aproximação com Lúcia Dornellas (PT).
 
Renata – Mas nem tudo são flores nesse caminho que Hartung segue com seu grupo na disputa eleitoral deste ano. Ele já sofreu alguns revezes. Declarou apoio a Edson Magalhães (PPS) em Guarapari, que além de ter sido impugnado pela Justiça, também tomou um passa fora por ter colocado a imagem de Hartung na propaganda, já que o PMDB está com Ricardo Conde (PSB). Também teve que sair da propaganda de Carlos Castelgione (PT), em Cachoeiro. Em Vila Velha, o candidato que oficialmente  está apoiando, Rodney Miranda (DEM), também não anda muito bem das pernas. É verdade que há uma manobra de bastidores com Max Filho (PSDB), mas a imagem do ex-governador está ligada ao demista. 
 
Nerter –  Toda essa movimentação tem sida atribuída a uma rivalidade com o senador Magno Malta (PR), o que não deixa de ser verdade. Mas é importante ver que o ex-governador está em viés de baixa, emprestando um termo muito usado por ele mesmo. Então, rivalizar com o senador acaba sendo uma forma de se colocar no jogo, uma vez que com Casagrande essa rivalidade não é tão cristalina assim. Se sobreviver às intempéries que se aproximam, pode ter um papel decisivo em 2014, seja com o seu retorno ao Palácio Anchieta ou à ascensão do senador Ricardo Ferraço (PMDB), que está junto com ele. Aliás, é importante pontuar a ação do senador, que tenta criar uma base municipalista. Funcionaria como meio caminho para a eleição em 2014, quando não terá nada a perder, já que tem mandato até 2018. 
 
Renata – O jogo colocado na eleição deste ano é truncado. Temos quatro lideranças, as quatro maiores lideranças do Estado, se movimentando intensamente dentro de um cenário que pode gerar muitas mudanças no futuro, até porque a tal da fila não existe mais. Essa coisa de Ricardo Ferraço jogar junto com Hartung é um caminho um pouco inseguro. Há quem diga que Hartung não tem muito a oferecer para 2014, já que sua situação é delicada e mais dois anos na planície podem causar sérios danos ao prestígio político do ex-governador. Magno Malta parou de dizer que não quer ser governador. Não dá para saber o que se passa na cabeça do senador e Casagrande parece estar no parapeito da janela acompanhando a movimentação de longe, sabendo de tudo e fingindo que não sabe de nada.
 
Nerter – De todos esses atores, a posição do governador é a mais confortável. Eleito naquela aliança mais do que plural, ele não pode colocar em risco essa base na disputa municipal. E olhando para frente, os dois próximos anos vão ser um grande teste para a finança dos municípios. Essa prefeitada toda vai estar com ele a partir de janeiro do ano que vem. Fora que eu não acredito muito nessa história do Magno. Ele não quer ser excluído de primeira hora, mas pode acabar tendo um papel fundamental para a reeleição de Casagrande, já que a simples possibilidade de ele disputar o governo tira a zona de conforto do Paulo para operar a classe política do jeito que ele gosta. 
 
Renata – Aliás, na zona de conforto, ele já não está há muito tempo. 

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