PMDB insinua palanque próprio para pressionar Palácio Anchieta
A bancada do PMDB na Assembleia Legislativa retrata as divergências dentro do partido sobre o posicionamento na eleição do próximo ano. Enquanto o deputado Marcelo Santos (PMDB) prega o adiamento da discussão para o próximo ano, mantendo a aliança com o governador Renato Casagrande (PSB), os deputados Hercules Silveira e Luzia Toledo defendem que o partido tem condições de disputar o governo do Estado.
Dentro do PMDB a discussão passa pela manutenção do partido nas mãos do grupo do ex-governador Paulo Hartung. A disputa ao governo do Estado pode prolongar esse controle, que vem prejudicando lideranças mais antigas no partido e que teria feito inclusive com que peemedebistas históricos, como o casal Rita (PSDB) e Gerson Camata perdessem seus espaços políticos no Estado.
O grupo do ex-governador tem como trunfo uma articulação com o presidente nacional do partido, o senador Valdir Raupp (RO), que envolve a pressão para que a estadual costure alianças para uma candidatura própria do partido. Essa estratégia foi cogitada em reunião em Brasília com o senador, com a participação do ex-governador Paulo Hartung, do senador Ricardo Ferraço e do deputado federal Lelo Coimbra.
Hartung teria nas mãos sondagens que apontariam sua capacidade de enfrentar e vencer o palanque do senador Magno Malta (PR) no Estado, embora a impressão dos meios políticos – diante do desempenho do ex-governador nas eleições do ano passado –, em que praticamente todos os seus aliados perderam a disputa nos municípios, é de que o ex-governador tem sofrido desgaste eleitoral desde que deixou o governo do Estado em 2010.
A movimentação do PMDB, para alguns observadores, não seria de efetivamente lançar uma candidatura, mas de pressionar o governador Renato Casagrande para que privilegie o partido nas costuras que vem fazendo em torno de seu palanque à reeleição. O PMDB e o PT são os principais aliados do PSB de Casagrande para a disputa eleitoral do próximo ano, mas alguns peemedebistas se queixam de que o governador tem dado muita atenção ao PT e deixado os peemedebistas de lado.
Mas há os que acreditam que Hartung não estaria blefando na tentativa de buscar uma acomodação com vistas em 2014, que pode envolver, sim, a disputa ao governo. Com problemas na Justiça, o ex-governador precisaria de um mandato para ganhar imunidade. Politicamente, a candidatura diminuiria o desgaste eleitoral que ele vem sofrendo desde dezembro de 2010.
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