PMDB reivindica candidatura ao governo e 'baixa a bola' do PSDB
O ex-prefeito de Colatina Guerino Balestrassi, como todo tucano clássico, insinuou que pode alçar voos mais altos do que a envergadura das suas asas podem proporcionar. Na “legenda” ele quis dizer que o PSDB reúne todas as credenciais para lançar candidato próprio ao governo do Estado nas eleições do próximo ano. No caso, ele mesmo.
As declarações de Balestrassi soaram mal entre os peemedebistas, que até admitem estabelecer uma “relação estável” com os tucanos nas próximas eleições, mas observando o tamanho de cada partido.
Lideranças do PMDB capixaba reagiram imediatamente à fala de Balestrassi. Deixaram claro que o PSDB é bem-vindo, mas que a vaga principal, de candidato a governador, ninguém tasca. No máximo, o PMDB poderia oferecer aos tucanos a vice, e olhe lá.
Ricardo Ferraço é hoje o virtual candidato do PMDB ao governo. O senador só abriria mão da disputa se o ex-governador Paulo Hartung entrasse no páreo. Cenário pouco provável neste momento, pois Hartung responde a processos judiciais que podem inviabilizar sua candidatura mesmo ao Senado.
Independente de quem seja o candidato, não há chance do PMDB inverter a posição da chapa, como insinuam os tucanos. De outro lado, os tucanos também não teriam fôlego para lançar uma candidatura solo no atual contexto político.
É preciso lembrar que o PSDB saiu fragilizado das últimas eleições com a derrota de Luiz Paulo Vellozo Lucas à prefeitura de Vitória – até então, a maior estrela do partido.
O outro tucano de “peso”, o deputado federal César Colnago, só chegou à Câmara porque usou o ex-prefeito de Vila Velha, Max Filho, como “escada” para conquistar os votos necessários para desembarcar em Brasília.
Balestrassi, que entrou outro dia no PSDB, apesar de ter usado bem o cargo de presidente do Bandes para conseguir capilaridade no interior, ainda não tem estatura para reivindicar a vaga principal numa possível parceria com o PMDB.
O tucano de Colatina, ao jornal A Tribuna (31/07), afirmou desconhecer o flerte entre os dois partidos, dando de desentendido. Mas Balestrassi sabe muito bem que Hartung tem trânsito livre no ninho tucano com aval do presidenciável Aécio Neves. O senador mineiro não esconde para ninguém que é amigo pessoal do ex-governador e costuma ouvi-lo antes de tomar qualquer decisão envolvendo o PSDB capixaba.
Em outras palavras, é Hartung quem vai definir os termos desse contrato de casamento entre tucanos e peemedebistas que, com toda a certeza, reservará o papel de coadjuvante para o PSDB. Nada mais que isso.
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