Deputados Gandini e Bruno Resende estão na lista de novos filiados à sigla de Gilson Daniel

Neste sábado (13), a partir das 9h, o Centro Cultural Frei Civitella, em Cariacia, vai receber o Encontro Estadual Podemos Espírito Santo. Um dos pontos altos preparados para o evento é a apresentação de “novas filiações estratégicas para as eleições de 2026”, de acordo com nota oficial do partido, presidido no Estado pelo deputado federal Gilson Daniel. As filiações incluem dois deputados estaduais da base aliada do governador Renato Casagrande (PSB): Fabrício Gandini e Dr. Bruno Resende.
Em novembro de 2023, Fabrício Gandini migrou do Cidadania, onde estava há 18 anos, para o Partido Social Democrático (PSD). Entretanto, com a chegada do ex-governador Paulo Hartung, o PSD tem ficado cada vez mais próximo de uma aliança com a oposição, representada pelo prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), ao Governo do Estado, levando Gandini a buscar outra sigla mais alinhada a Casagrande para tentar a reeleição no ano que vem.
Dr. Bruno Resende, por sua vez, já é filiado a um partido alinhado a Casagrande, o União Brasil, mas que ainda depende dos rumos tomados pela União Progressista, a federação partidária firmada com o Progressistas (PP), para definição das alianças eleitorais. Resende, que é do sul do Estado, já anunciou que o seu objetivo é uma candidatura a deputado federal, o que o coloca como uma das apostas do Podemos para o Congresso Nacional.
O Podemos também vai passar a abrigar dois representantes diretos da gestão de Renato Casagrande. Um deles é Alessandro Broedel, presidente do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e ex-prefeito de Sooretama, no norte do Estado, que se coloca como pré-candidato a deputado federal.
Alessandro Broedel assumiu em janeiro a Secretaria de Desenvolvimento de Itapemirim, no litoral sul do Estado, na gestão do prefeito Geninho (PDT), mas em fevereiro já foi anunciado no Incaper. Broedel foi prefeito de Sooretama por dois mandatos, de 2017 a 2024. O candidato à prefeitura apoiado por ele nas eleições do ano passado, Fernando Camiletti (Republicanos), elegeu-se com 74,4% dos votos, e nove dos dez vereadores eleitos são da coligação vencedora.
Outra represante da gestão de Casagrande a se filiar no Podemos é a secretária estadual de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social, Cynthia Grillo. À frente da pasta desde abril de 2020, Grillo é pré-candidata a deputada estadual, e deverá fazer a sua estreia nas urnas no ano que vem.
O vice-prefeito de Muqui (sul do Estado), José Marcos, também vai deixar o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) para se filiar ao Podemos, indicando que o partido de Gilson Daniel poderá ser um dos destinos preferenciais de tucanos insatisfeitos com “tomada” da sigla pelo prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo – apesar de o PSDB ameaçar reivindicar os mandatos judicialmente.
José Marcos está na gestão em Muqui ao lado de Camarão, um dos poucos prefeitos eleitos pelo Partido Liberal (PL). Apesar disso, Camarão mantém diálogo com Casagrande, e já declarou apoio à pré-candidatura do vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) ao Governo do Estado.
Outras possibilidades comentadas nos bastidores para integrar a chapa à Câmara são a ex-deputada federal Lauriete; e o jornalista Phillipe Lemos, ex-secretário estadual de Turismo que foi candidato a deputado federal pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) em 2022, recebendo 45,2 mil votos. Os dois vão participar do evento deste sábado, assim como o deputado federal Dr. Victor Linhalis – apesar de ele ter anunciado que vai migrar para o PSDB de Arnaldinho Borgo, seu aliado.
Outras presenças serão da presidente nacional do Podemos, Renata Abreu; do vice-governador Ricardo Ferraço (MDB); e de outras lideranças filiadas ao partido, como os deputados estaduais Alexandre Xambinho e Allan Ferreira.
O Podemos foi o primeiro partido a declarar apoio público à pré-candidatura de Ferraço, tornando a sigla mais atraente a nomes com capital político que estão na base de apoio governista. Entretanto, apesar dos anúncios de filiações, os políticos com mandato deverão esperar até a próxima janela partidária para referendar a mudança sem riscos de perder o mandato.

