Domingo, 05 Mai 2024

Polêmica em torno de lei pode frustrar plano de Dilma de ter palanque republicano no Estado

Polêmica em torno de lei pode frustrar plano de Dilma de ter palanque republicano no Estado
O isolamento do PT capixaba, que deve se manter na base aliada do PSB do governador Renato Casagrande, até então, criava o cenário favorável para o senador Magno Malta (PR), na condição de candidato ao governo do Estado, surgir como palanque alternativo para a presidente Dilma Rousseff no Espírito Santo. 
 
Entretanto, a boa relação entre Dilma e Magno pode ter azedado nessa quinta-feira (1) após a presidente sancionar, sem vetos, a lei que obriga os hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) a prestarem atendimento emergencial e multidisciplinar às vítimas de violência sexual. A essas pessoas, o governo vai oferecer contraceptivos de emergência – a chamada pílula do dia seguinte. 
 
Imediatamente após a lei ser sancionada, Malta criticou Dilma. O senador do PR disse que a presidente não cumpriu acordo com os religiosos e abriu a porta para legalização do aborto no Brasil.
 
Magno Malta se refere à campanha eleitoral de 2010, quando Dilma foi duramente criticada por lideranças religiosas e setores conservadores da sociedade ao defender a legalização do aborto. 
 
A declaração, considerada inadequada pelos marqueteiros da campanha petista, obrigou Dilma a recuar e tentar convencer esses segmentos que havia sido mal interpretada. 
 
Para estrategistas do PT, o argumento precisava ter mais peso. Decidiram então apelar para o senador Magno Malta, que sempre foi identificado como um parlamentar ultraconservador. O republicano saiu de mãos dados com Dilma durante a campanha país afora, fazendo o meio de campo entre a presidenciável e segmentos conservadores, contrariados com a posição da então candidata. 
 
Nesta sexta-fera (2), Malta lembrou que Dilma havia feito um acordo com lideranças religiosas, que vetaria iniciativas que promovam o aborto. 
 
Polêmica à parte, o fato é que as críticas ácidas de Magno a Dilma, justamente neste momento de profunda crise no governo federal, quebra a confiança que a presidente havia depositado no senador do PR. 
 
Com a popularidade em queda livre e com o processo eleitoral de 2014 sinalizando para uma acirrada disputa, Dilma não poderá desprezar votos, mesmo em colégios eleitorais considerados mais modestos, como é caso do Espírito Santo. 
 
O problema é que Dilma, por enquanto, não tem palanque no Estado. Casagrande, cada vez mais pressionado pelo presidenciável do PSB Eduardo Campos, recuperou o discurso da neutralidade, o que inviabilizaria um palanque exclusivo para a presidente. 
 
No PMDB do ex-governador Paulo Hartung, Dilma não confia. Principalmente agora que o partido começa a flertar abertamente com o PSDB, principal rival do PT. 
 
O PT, emparedado, na tem outro saída a não ser manter-se na base do governo. O cenário atual não conspira para o partido lançar candidatura própria. Esse não parece ser o plano do PT capixaba, que luta apenas para sobreviver. 
 
Se Magno Malta não reconsiderar, Dilma, por enquanto, está a pé no Espírito Santo.

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