Quinta, 18 Abril 2024

​Policiais capixabas se integram a movimento nacional antifascismo

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Policiais do Espírito Santo se integram à luta nacional contra o fascismo e organizam o Movimento dos Policiais Antifascismo no Espírito Santo. "Nós, policiais antifascismo, acreditamos que o trabalhador policial deve se colocar ao lado dos demais trabalhadores no enfrentamento ao fascismo. Afinal, o projeto fascista em nosso país é de avanço no ataque aos direitos conquistados pelos trabalhadores", afirmam os organizadores. 

Nesta segunda-feira (8), o movimento, "em consonância com o movimento nacional", divulgou um manifesto defendendo "a defesa da democracia popular e a luta contra a escalada do fascismo em nosso país". O documento é assinado por 500 profissionais da segurança pública de diversos estados. 

"Convidamos todos os policiais civis, federais, rodoviários federais, militares, bombeiros, guardas municipais, policiais penais, agentes socioeducativos e demais trabalhadores do sistema de segurança pública a se unirem ao nosso movimento e assinarem este compromisso com a verdadeira democracia", diz a nota dos policiais.

A criação do movimento ocorre uma semana depois de o prefeito de Baixo Guandu, Neto Barros (PCdoB), denunciar que alguns policiais, por serem bolsonaristas, se recusam a cumprir as recomendações de combate à pandemia do coronavírus. Nesse domingo (7), o prefeito divulgou um vídeo afirmando que um policial invadiu a prefeitura e fez ameaças, classificando o bolsonarismo como uma "ideologia do mal".

O manifesto dos policiais destaca que se apresenta neste momento, como uma ameaça singular, a "institucionalização e o avanço destes mecanismos de controle e repressão, que pretendem afastar toda e qualquer forma de oposição ao modelo político-jurídico-econômico neoliberal". 

Em outro trecho, lembra: "Não podemos esquecer que, ao assumir a Presidência da República, Jair Bolsonaro afirmou que iria banir toda a forma de ativismo em nosso país. Essa é a orientação dos gabinetes do ódio, que transformam as fake news em instrumentos de perseguição política".

A nota dos policiais antifascistas destaca ainda que "neste exato momento de ameaças de ruptura da ordem democrática institucional, com as armas da democracia, o Movimento Policiais Antifascismo está sendo covardemente atacado por uma investigação política do Ministério Público do Rio Grande do Norte. De acordo com o procedimento preparatório, com mais de 600 páginas, somos enquadrados ficticiamente como 'grupo paramilitar', com dezenas de policiais antifascismo sendo identificados com fotos, endereço e telefone".

Ao mesmo tempo, ressalta, um parlamentar do PSL no Rio Grande do Sul representa do seu gabinete na Assembleia Legislativa Estadual contra um policial antifascismo de Porto Alegre, por simplesmente postar nas suas redes sociais apoio aos movimentos antifascistas locais. "Não podemos esquecer também muitos policiais perseguidos através de processos administrativos, que visam o cerceamento dos nossos direitos e liberdades políticas, garantidos pela Constituição Federal".

O manifesto dos policiais afirma que "as milícias e grupos paramilitares reais, que estão se organizando em todo o país, com a proteção e conivência de muitas autoridades, não são o único problema a ser enfrentado na luta antifascismo no Brasil. O projeto de neutralização dos movimentos populares de resistência passa por uma estrutura que conta com uma rede de operadores de poder, como parlamentares, promotores de justiça e magistrados".

O documento afirma que a estratégia de avanço do projeto fascista no país é ampla. "Mobilizam a intolerância e o ódio aos movimentos de esquerda nas ruas e nas instituições da República. Os esforços do presidente, visando se apropriar do comando da polícia federal e da Procuradoria Geral da República, confirmam isso. Precisamos avançar a resistência para uma aliança popular antifascismo".

Para os policiais antifascistas, não se pode conceber unidade política sem participação popular. "Somos um movimento suprapartidário e não menosprezamos a luta parlamentar, que também se mostra necessária neste momento. Os partidos políticos do campo progressista são fundamentais, mas precisamos de uma Frente Única Antifascista, com a participação de sindicatos, entidades de classe, movimentos populares, estudantes, servidores públicos, acadêmicos, juristas, artistas, mas principalmente dos amplos setores da classe trabalhadora, para organizarmos uma reação às ameaças civil-militares de ruptura institucional".

"Somente a resistência organizada, que garanta a participação popular, poderá cumprir essa tarefa", e acrescenta: "Essa ofensiva atinge diretamente os policiais, apontando cada vez mais para a privatização da segurança e para o aumento da precarização do seu trabalho".

O manifesto destaca ainda o número de suicídios entre policiais, um "sintoma das péssimas condições a que estão submetidos os trabalhadores do sistema de segurança pública em nosso país. Disputar o reconhecimento dos policiais como trabalhadores faz parte da nossa tarefa enquanto policiais antifascismo. Afinal, somos irmãos trabalhadores!".

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