Camarão Anequim, de Muqui, vai na contramão da sigla de extrema direita
O prefeito de Muqui (sul do Estado), Sérgio Luiz Anequim, mais conhecido como Camarão, declarou “apoio incondicional” à pré-candidatura do vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) para governador, em postagem nas redes sociais nesse domingo (8). O anúncio vai de encontro às movimentações do Partido Liberal (PL), pelo qual se elegeu.
Na postagem, Camarão destacou que sempre “recepcionou todos que visitam a cidade”, mas, nos últimos 30 anos, construiu “uma parceria sólida com a Família Ferraço, baseada em fidelidade e lealdade. Esse é o meu caminho, e pretendo segui-lo pelos próximos 30 anos, ou enquanto Deus me der vida”.
Diante disso, declarou: “Tenho um compromisso claro com Ricardo Ferraço e não abro mão de caminhar ao lado dele, porque, além da nossa história política e de vida, tenho um dever com Muqui. Meu foco é garantir o melhor para o nosso município e para o nosso Estado, sem arriscar em aventuras ou atalhos inseguros. Deixo claro: meu apoio a Ricardo Ferraço para governador é incondicional. Até lá, estamos juntos por um Espírito Santo mais forte e por uma Muqui cada vez melhor!”.
Camarão foi eleito em 2024 para o seu primeiro mandato como prefeito de Muqui, em uma disputa contra o ex-prefeito Frei Paulão (PSB), aliado de longa data do governador Renato Casagrande (PSB). Ele foi um dos únicos cinco candidatos a prefeito que o PL conseguiu eleger no último pleito, em uma chapa que lançou mão de alianças com outros partidos, ao contrário do que preconizava a sigla no Estado.
Durante a campanha, recebeu o apoio de políticos de extrema direita, como Evair de Melo (PP), e ainda mantém vínculos com bolsonaristas, como o senador Magno Malta (PL). Em fevereiro, protagonizou uma polêmica viagem a Brasília, na qual se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A declaração de Camarão – que também recebeu o apoio do prefeito de Cachoeiro de Itapemirim (sul do Estado), Theodorico Ferraço (PP), nas eleições – se deu poucos dias após um encontro com o governador Renato Casagrande e lideranças governistas, para falar de “demandas estratégicas para Muqui”. Em janeiro, o prefeito baixou um decreto de estado de calamidade pública administrativa e financeira no Poder Executivo.
O campo de oposição ao grupo de Renato Casagrande tem trabalhado com a pré-candidatura do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), para governador no ano que vem. Entre os governistas, ainda não há definição sobre quem será o candidato. Apesar de Ricardo Ferraço ter a preferência, nomes como o do prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (sem partido), também buscam se viabilizar.
Outro prefeito do sul do Estado reafirmou, recentemente, os seus laços com a gestão de Renato Casagrande. Peter Costa, de Mimoso do Sul, se desfiliou do Republicanos por causa das articulações em torno de Lorenzo Pazolini. Costa, inclusive, parabenizou Camarão por seu posicionamento, em comentário à postagem nas redes sociais.
