Quinta, 28 Março 2024

Prefeito e ex-líder do governo diz que aliança com Moro é prejudicial a Casagrande

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Leonardo Sá

O ex-líder do governo na Assembleia Legislativa e coordenador da pré-candidatura à reeleição de Renato Casagrande (PSB) no norte e noroeste do Estado, prefeito de Barra de São Francisco, Enivaldo dos Anjos (PSD), fez um alerta nessa terça-feira (15): a possibilidade de o Podemos, partido do ex-juiz Sergio Moro, se coligar com o PSB, vai prejudicar o apoio a Casagrande na região.

Para ele, não é inteligente "encostar em parceiros que mais tiram votos do que dão", quando há um processo de reeleição bem encaminhado. A referência remete ao encontro, no último fim de semana, de Casagrande com Moro, declarado parcial e suspeito pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e pré-candidato a presidente da República, com baixa pontuação nas pesquisas eleitorais.

O caldeirão eleitoral no Estado, como no restante do país, começa a esquentar com a aproximação da abertura da janela partidária, em 3 de março, que permite a troca de partido sem perda do mandato. Eventuais alinhamentos a partir dessa data irão influenciar o resultado das eleições neste ano e, também, nas eleições municipais de 2024, podendo causar desiquilíbrio em projetos dos atuais detentores de mandatos, cujos projetos eleitorais poderão ser prejudicados. 

A visita de Moro ao Estado provocou reações no Partido dos Trabalhadores (PT), no âmbito local e também entre dirigentes nacionais, no momento em que as duas siglas tentam acertar arestas para formar uma federação partidária, envolvendo a filiação do ex-governador paulista Geraldo Alckmin, para compor chapa como vice do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líder nas pesquisas nas eleições presidenciais.

A situação agravou-se com declarações de Casagrande criticando a reação do PT, que poderão representar impedimento no fechamento da aliança. Nessa terça-feira, o PT ampliou os movimentos em direção ao PSD, comandado pelo ex-governador paulista Gilberto Kassab, cujo resultado tende a alterar o cenário político, isolando o PSB.

No entendimento de Enivaldo, a aliança com o Podemos pode prejudicar mais do que beneficiar a coligação. "É uma visão equivocada dar esse espaço ao Podemos no governo, porque tem pouca expressão política e está causando constrangimento e tirando o entusiasmo de lideranças mais à esquerda, como o próprio PSB, PDT e PT, e restringe o apoio de partidos como PCdoB.

A referência aponta para o secretário de Estado de Planejamento, Gilson Daniel, presidente do Podemos no Espírito Santo e pré-candidato a deputado federal, um dos mais prestigiados membros da equipe de governo. O secretário foi um dos organizadores da visita de Moro e faz parte de sua equipe de campanha.

"Não faz sentido o governador receber partidos que seu principal candidato a presidente é ex-membro do governo Bolsonaro", alerta Enivaldo, que avalia, pelos indicativos das pesquisas nacionais, que "o voto nessas eleições será com tendência de centro para a esquerda".

O prefeito disse que, quando o eleitor mostra essa tendência nas pesquisas, "demonstra que quer um presidente de centro-esquerda e governadores e deputados com essa linha de pensamento".

Enivaldo reforça que "é muito infeliz" essa aliança com o Podemos. "Isso atrapalha o processo político-eleitoral, que deveria ser tratado com objetivo da reeleição e não de acomodar presidente de partido A ou B. Considero muito prejudicial a entrada do Podemos nessa aliança. Espero que isso seja repensado para salvar as alianças históricas que levaram o governador ao seu tamanho político", enfatizou.

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