O presidente da Câmara da Serra, Rodrigo Caldeira (Rede), registrou Boletim de Ocorrência na Polícia Civil nessa quarta-feira (28) por se sentir ameaçado pelo ex-diretor de controle interno da Câmara, Flávio Serri, exonerado das funções depois do afastamento da vereadora Neidia Maura Pimentel (PSD) da presidência da Casa.
Na queixa, o vereador explica que recebeu ameaças de Flávio depois que assumiu o comando do legislativo municipal, em decorrência das duas decisões da Justiça que afastaram Neidia, no dia 13 de março de 2018.
O afastamento foi motivado por denúncias de prática de extorsão (rachid), peculato e improbidade administrativa, decorrentes de processos judiciais iniciados no ano passado. Aliado de Neidia, Flávio também responde a processo pelas mesmas acusações.
Na queixa, Rodrigo Caldeira afirma que recebeu mensagens via WhatsApp afirmando: “ Hoje começa amigo”, “Acredito que sua noite de sono não será muito boa hoje, pode acreditar”.
Segundo ele, a partir do recebimento dessas mensagens, observou um veículo de marca Voyage, de cor branca, com insufilm escuro, parado em frente à sua residência.
Caldeira denunciou que um irmão dele também viu o veículo, com motor ligado, mas não foi possível anotar a placa. Ele declarou que teme por sua segurança e de seus familiares.
O afastamento de Neidia Maura e de Flávio Serri ocorreu por decisão da juíza da 2ª Vara Criminal do município, Letícia Maia Saúde. A decisão atende à ação provocada pelo Ministério Público Estadual (MPE), que acusou Neidia de concussão (rachid), improbidade e peculato.
Em seguida, outra decisão, do desembargador Robson Luiz Albanez, da 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, assinada no dia 15 de março, anulou a eleição da Mesa Diretora que entregou a presidência a Neidia, agravando ainda mais sua situação. O desembargador acatou pedido de tutela antecipada antecedente feito pelos vereadores Pastor Ailton (PSC), Nacib (PDT), Fábio Duarte (PDT) e Aécio Leite (PT).
Ao assumir o cargo, Rodrigo Caldeira exonerou Flávio Serri e vários ocupantes de cargos comissionados ligados a Neidia Maura, gerando uma série de protestos, inclusive por parte de 15 vereadores, que conseguiram derrubar as sessões da Câmara cinco vezes seguida.
O funcionamento da Casa somente voltou à normalidade nesta semana, depois que o Ministério Público foi acionado.
