Segunda, 20 Mai 2024

Pronunciamento de Bolsonaro não acalma manifestações nas rodovias

bolsonaro_pronunciamentoeleicoes_FabioRodrigues-Pozzebom_ABR Fabio Rodrigues Pozzebom/ABR

Mesmo depois de o presidente Jair Bolsonaro (PL) desautorizar manifestações que possam gerar prejuízos à população, em seu primeiro pronunciamento à Nação depois da derrota eleitoral, as redes sociais não cessaram de mostrar, nesta terça-feira (1º), mensagens de grupos bolsonaristas incentivando, direta e indiretamente, o bloqueio nas rodovias e outros atos de protesto, com destaque para áudios divulgado por grupos que se intitulam "22", com estratégias para atos futuros.

Em mais um vídeo, gravado depois do pronunciamento, o senador eleito Magno Malta (PL) legitimou as "manifestações pacíficas", elogiou Bolsonaro, criticou "narrativas de jornais" e reconheceu o "direito constitucional desse povo que está saindo às ruas, sem baderna, sem ônibus (...)". Mais cedo, exaltou aos seus seguidores que "não temeis nem a morte, o Brasil é dos brasileiros". No domingo, Malta já tinha divulgado vídeo insinuando "problemas nas urnas" e "pessoas votando no lugar de outras". Em certa hora, lançou mais suspeitas: "se é que votaram em Lula" e "muita coisa estranha em tudo isso".

Foram necessárias quase 48 horas para o presidente Jair Bolsonaro fazer um pronunciamento depois do anúncio de sua derrota para o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nesta terça, em sua rápida fala, agradeceu os 58 milhões de votos, desautorizou manifestações com desordens, mas sem criticar o que apontou como motivações - "indignação e sentimento de injustiça sobre como se deu o processo eleitoral -, disse que age dentro da Constituição, mas deixou de reconhecer a derrota de forma direta. Encerrou citando o jargão "Deus, Pátria, Família", usado do Integralismo, o fascismo brasileiro da década de 30 do século passado.

A tarefa de reconhecer a derrota coube ao ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP). Falando em seguida à saída apressada de Bolsonaro, motivo de protestos dos jornalistas, o ministro informou. também rapidamente, que o processo de transição começará depois que o PT indicar oficialmente, conforme já foi anunciado, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB).

Bolsonaro manteve o mesmo tom da campanha, atacou a esquerda e o presidente eleito, afirmou que "a direita veio para ficar", e destacou a vitória de aliados.

Os protestos de bolsonaristas, que bloqueiam rodovias em vários estados, inclusive no Espírito Santo, segundo ele, são "fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral".
O presidente convocou os jornalistas para o Palácio da Alvorada e levou mais de uma hora para se pronunciar, e ainda deixou o local sem dar entrevistas.

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