PSDB capixaba deve intensificar discurso de oposição ao governo federal
Diante do novo momento de movimentação política, as articulações partidárias que pareciam bastante aceleradas no Estado, diminuíram o ritmo e as lideranças tentam buscar formas de se inserir na pauta de reivindicação dos manifestantes. O deputado federal César Colnago (PSDB) parece ter decidido enveredar por dois caminhos: o da discussão da Terceira Ponte e a da tentativa de focalização das insatisfações com o governo Dilma.
Por ter participado da CPI da Rodosol, na Assembleia, o deputado federal tenta pegar carona nas pautas da rua alegando um certo conhecimento de causa, embora a discussão seja de 2004 e desde então o deputado se manteve afastado dessa pauta. A retomada seria, para os meios políticos, uma tentativa de capitalizar com o momento político.
Do ponto de vista partidário, Colnago, assim como as lideranças nacionais do PSDB, tenta focalizar as insatisfações dos manifestantes à política implementada pelo governo petista, que sucedeu os tucanos na Presidência da República.
Para os observadores do movimento das ruas, porém, a tentativa de apropriação do discurso dos manifestantes pode trazer mais prejuízos do que benefícios. A principal característica do movimento é justamente a rejeição aos três principais partidos do país: PT, PSDB e PMDB. As lideranças ligadas a essas três siglas que vêm disputando o poder há mais de duas décadas no Brasil não encontram eco nas manifestações.
A tentativa de focalização das manifestações para o PT não deve surtir efeito, já que o presidenciável tucano Aécio Neves também não tem a simpatia dos manifestantes. Tanto que começam a circular na internet campanhas para não votar em 2014 em lideranças políticas que tenham mandato.
O PSDB capixaba, que passa por um momento de desgaste político com perda de espaço em prefeituras, no Estado e no Parlamento, quer encontrar um caminho para tentar se fortalecer buscando um discurso de oposição forte, já que nos dois mandatos do presidente Lula e nos primeiros anos do governo Dilma, o partido não conseguiu convencer o eleitor sobre seu projeto para o País.
No Estado, o discurso contra o PT também pode se complicar, caso não se consolidem as costuras que os tucanos capixabas vêm fazendo com o palanque do governador Renato Casagrande, que vem tentando manter seu núcleo de apoio ao lado de PMDB e PT. Apenas um palanque independente poderia dar condições de o partido disparar contra seus grandes adversários nacionais. Mas para erguer um palanque independente, o partido precisa de uma liderança que abra espaço para Aécio Neves no Espírito Santo.
O próprio Aécio vem tentando criar condições de o ex-governador Paulo Hartung ser essa liderança, mas o cenário que se desenha para 2014 não seria favorável a uma candidatura de Hartung ao governo do Estado.
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