PSDB dividido entre palanque palaciano ou campanha própria
A movimentação tucana para a disputa eleitoral de 2014 parece dividir a cúpula do partido no Estado e é pressionada pelo cenário político nacional. Sem um nome que puxe um palanque em candidatura majoritária, o partido estaria buscando alternativas para erguer um palanque próprio.
Nesse sentido, as duas maiores estrelas do PSDB no Espírito Santo parecem caminhar em direções diferentes. O ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas, que ocupa cargo de confiança no Banco de Desenvolvimento do Estado (Bandes), movimenta-se em direção ao palanque palaciano. O ex-prefeito, que disputou o Palácio Anchieta em 2010 com Renato Casagrande, é um dos que defendem a permanência do grupo no projeto de reeleição do socialista.
Para tentar atrair os tucanos para seu grupo, Casagrande vem defendendo a neutralidade na disputa presidencial. Apesar de ter sido eleito em 2010 no arco de aliança com PT e PMDB, que sustentou a candidatura da presidente Dilma Rousseff, o seu partido, PSB, busca formas de lançar candidatura própria à Presidência em 2014, tendo como candidato o presidente do partido e governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
A neutralidade permitiria que o governador conseguisse concentrar em seu projeto de reeleição os 16 partidos que o apoiaram em 2010, atraindo ainda o PSDB e aliados que estiveram no palanque alternativo. Mas o presidente nacional do PSDB e presidenciável tucano Aécio Neves, senador por Minas Gerais, não está disposto a aceitar o jogo proposto por Casagrande.
Por isso, o presidente do PSDB do Estado, deputado federal César Colnago, deve ser um agente importante na definição da estratégia do partido para 2014. Ele vem mantendo conversas frequentes com Aécio e deve trabalhar para que o partido erga um palanque independente para o presidenciável tucano no Espírito Santo.
Nos bastidores ganhou força no primeiro semestre a ideia de que o partido estaria tentando atrair para seus quadros o ex-governador Paulo Hartung (PMDB). Chegou-se a ventilar um convite do próprio Aécio Neves para que o ex-governador capitaneasse o palanque do partido no Estado, disputando o retorno ao Palácio Anchieta. Discussão que Hartung prefere não esquentar por enquanto.
O partido trabalha uma chapa proporcional muito forte, com cinco nomes na disputa de deputado federal: Luiz Paulo, Colnago; o ex-prefeito de Vila Velha Max Filho; o presidente do Bandes, Guerino Balestrassi, e a ex-deputada federal Rita Camata. Mas até o momento, não teria um candidato majoritário para puxar o palanque de Aécio no Estado.
Além disso, com a aproximação da MD – fusão do PPS e do PMN – e do DEM do palanque de Casagrande, o PSDB pode perder seus aliados históricos para a disputa.
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