Reeleição de Ferraço na Assembleia complica vida de Casagrande
A pouco mais de duas semanas para a eleição da Mesa Diretora da Assembleia, o clima na Casa ficou pesado. A reafirmação do apoio do governador Renato Casagrande à candidatura única de Theodorico Ferraço (DEM) deixou a impressão no plenário de uma tentativa de resgatar o nome do demista, desgastado pela proximidade com o ex-prefeito de Guarapari Edson Magalhães (sem partido), preso na Operação Derrama, e com a mulher dele, a ex-prefeita de Itapemirim, Norma Ayub (DEM), que estaria sendo investigada.
Mas a movimentação em torno de Theodorico já apontava para problemas bem antes disso. Reeleito, Ferraço vai comandar a Assembleia no período crucial para o projeto de poder de Renato Casagrande. Este ano acontecem as costuras com a classe política para a preparação do ano eleitoral e no período da disputa propriamente dita, em 2014.
Como Ferraço é conhecido pelo seu perfil imprevisível, tê-lo no comando da Assembleia neste momento de reafirmação do governo Casagrande pode ser perigoso. Para se manter à frente do Poder Legislativo, Ferraço contou com manobras feitas dentro da Casa em favor dos colegas, o que o fortaleceu na construção da candidatura única.
No jogo político de 2014, a aliança de Ferraço com o ex-governador Paulo Hartung cria um caminho para o enfraquecimento do palanque do governador Renato Casagrande na disputa pela reeleição.
Se o perfil de Theodorico Ferraço é uma ameaça ao projeto de Casagrande, as declarações do presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCES) dizendo que as investigações das fraudes continuam, aumentam a sombra que ronda a cadeira da presidência. Isso também aumenta a insegurança do governador na manutenção de Ferraço à frente da Assembleia.
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