Sábado, 04 Mai 2024

Resistência de deputados a Fundo foi cortina de fumaça

Resistência de deputados a Fundo foi cortina de fumaça
A aprovação do Fundo de Desenvolvimento dos Municípios pela Assembleia Legislativa na sessão da última segunda-feira (26), por unanimidade, deixou algumas dúvidas sobre como foi o acordo de bastidores, já que a maioria dos deputados estaria resistente à aprovação da matéria. Corria na Casa que o mecanismo proposto pelo Executivo tiraria o poder de interlocução dos deputados com suas bases. 
 
Para dirimir as insatisfações generalizadas no plenário, o governo chamou os deputados para uma conversar e garantiu que o projeto não tiraria poder dos parlamentares. Apenas facilitaria a transferência dos recursos do Estado para os municípios. Mas para a elaboração do projeto e indicação ainda será necessária uma interlocução. 
 
Nos corredores da Assembleia ventila-se que essa resistência e a alegação da eliminação da participação dos deputados nas discussões teriam partido do próprio presidente da Casa, Theodorico Ferraço (DEM). Passada a polêmica inicial, a impressão é que ideia  era desestabilizar politicamente o governador Renato Casagrande. 
 
Casagrande, porém, saiu fortalecido do episódio  e melhorou a relação com os deputados. A celeridade da liberação dos recursos por meio do fundo, principalmente em um momento em que os municípios passam por problemas financeiros devido a perdas de recursos federais, pode, na verdade, ajudar os parlamentares que estarão disputando a reeleição para a Casa no próximo ano.
 
Outra movimentação de Ferraço, que também não teve êxito, foram as emendas da Mesa Diretora para que os recursos do Fundo fossem aplicados preferencialmente na área da saúde, em especial na construção do Hospital Geral de Cariacica e no Hospital Materno-Infantil de Cachoeiro de Itapemirim, nas Apaes e nas Associações Pestalozzi desses municípios. Outros deputados embarcaram na ideia, que na verdade tornaria inconstitucional a matéria, mas a pressão política fez o presidente da Casa recuar.
 
Para garantir o controle sobre a discussão, o governo deslocou para o legislativo o secretário-chefe da Casa Civil Luiz Carlos Ciciliotti e os prefeitos. Ferraço permaneceu reunido até o início da sessão e diante do "tropa de choque" armada por Casagrande teria recuado. 
 
Esta emenda atenderia às bases dos deputados em Cariacica e no sul do Estado, como o presidente da Casa, Theodorico Ferraço (DEM). O deputado Hércules Silveira (PMDB) havia feito uma emenda verbal ao projeto na sessão da última quarta-feira (21), solicitando também a inclusão do Hospital Geral de Vila Velha. Nesta segunda, o deputado Gildevan Fernandes (PV) apresentou uma subemenda para a construção de um hospital também no extremo norte do Estado.
 
Se Casagrande ganha com o episódio, Theodorico Ferraço, que desde sua posse no início do ano vem acumulando desgastes junto ao plenário, sai enfraquecido mais uma vez. O enfraquecimento do presidente da Assembleia, indiretamente, prejudica o filho, o senador Ricardo Ferraço (PMDB), um dos principais interessados na desestabilização de Casagrande, o que garantiria um campo livre para a movimentação do peemedebista  no próximo ano. 

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