Sexta, 19 Abril 2024

Resultado das urnas deste ano terá reflexos na eleição de 2014 na Assembleia Legislativa

 

As disputas municipais interessam direta e indiretamente ao plenário da Assembleia Legislativa. Seja para os 13 deputados candidatos, seja para os demais que fazem suas apostas nos aliados, os efeitos da disputa deste ano serão sentido em 2014, quando os parlamentares disputarão a reeleição à Casa. Para isso, é importante fazer um mapa da influência e dos interesses de cada deputado. 
 
Atayde Armani (DEM) tem forte influência na região de Linhares. O deputado tem interesse também na disputa em Santa Maria de Jetibá, onde seu candidato Eduardo Stur (PDT) pode vencer e fortalecer o deputado para a disputa a mais um mandato. Além disso, Armani que é presidente da Comissão de Agricultura e tem o apoio dos ruralistas. 
 
Outro demista que pode se fortalecer na eleição é Rodney Miranda, que se vencer a eleição em Vila Velha pode se descolar da imagem de Hartung e, enfim, virar uma liderança política de peso. Caso contrário, precisará do ex-governador para se manter na Assembleia. 
 
O presidente da Assembleia, Theodorico Ferraço, também do DEM, tem influência no sul do Estado, sobretudo em Cachoeiro de Itapemirim, e em Itapemirim, administrado pela mulher Norma Ayub, que tenta fazer o sucessor. Ferraço deixou de disputar a eleição em Cachoeiro para apoiar Gluaber Coelho (PR), mas o comentário na Casa é de que ele estaria arrependido da movimentação. De qualquer forma, para a Assembleia tem passagem garantida em 2014, com um desempenho parecido com o de 2010, quando foi o segundo mais votado. 
 
Já Glauber Coelho, se vencer a disputa em Cachoeiro se estabelece como liderança política e fortalece o partido. Se perder vai depender do PR para garantir a reeleição. 
 
O deputado Marcelo Coelho (PDT) é considerado o nome mais garantido na eleição deste ano. Ele segue franco favorito à prefeitura de Aracruz e se vencer fortalece Ricardo Ferraço (PMDB), mas a partir daí terá um problema: preparar um sucessor.
 
Em Linhares, o deputado estadual José Carlos Elias (PTB), se vencer a disputa no município, é um nome sem amarras, se perder terá dificuldade em vencer a eleição. Se Nozinho Correia (PDT) vencer ele fortalece o aliado Luiz Durão, do mesmo partido, e assegura a reeleição do pedetista. Se o prefeito Guerino Zanon (PMDB) se reeleger, deve fortalecer alguém de seu grupo para a disputa de 2014. 
 
O deputado Eustáquio de Freitas (PSB) tem um sistema de influência no norte do Estado e é importante, inclusive, na captação de recursos para os candidatos na região. Independentemente do desempenho do prefeito Amadeu Boroto (PSB) em São Mateus, base de Freitas, ele deve se reeleger. 
 
Gildevan Fernandes (PV) joga sua sorte na eleição deste ano. Tem uma série de problemas na Justiça. Se vencer a disputa eleitoral, se salva. Se não, terá dificuldade em se reeleger. 
 
Em Colatina, o deputado Josias Da Vitória (PDT) precisa vencer a disputa eleitoral para a prefeitura. Caso contrário sua situação deve se complicar. Investigado por envolvimento com o escândalo do Instituto de Atendimento Socioeducativo (Iases), se não vencer pode ficar de fora da Assembleia em 2014. Do outro lado, está o deputado Genivaldo Lievori (PT), que tentou por várias vezes uma vaga na Assembleia antes deste mandato. Ele é fruto do sistema político que elegeu o prefeito atual do município Leonardo Deptulski (PT) e se seu aliado perder terá também dificuldade em se reeleger. 
 
O líder do governo, deputado Sérgio Borger (PMDB), é considerado um deputado escoteiro, ou seja, tem votos em várias pontos do Estado. Apesar de sua família ter base no município de Guarapari, o peemedebista conseguir expandir sua base. O mesmo vale para a também peemedebista Luiza Toledo, que originária de Mimoso do Sul, conseguiu consolidar sua presença em vários municípios da região serrana e sul do Estado. 
 
Em Viana, a deputada estadual Solange Lube (PMDB) chegou a ser considerada uma das que dificilmente perderia o pleito, mas hoje o cenário é de disputa acirrada. Se a peemedebista não vencer a prefeitura, terá também dificuldade em se reeleger para a Assembleia. Aliás, a deputada só conseguiu a vaga em 2010 com a recontagem dos votos do candidato Luiz Carlos Moreira (PMDB), que mudou o posicionamento das coligações. 
 
O presidente da Comissão de Segurança da Assembleia, Gilson Lopes (PR), vem se fortalecendo com os projetos que apresenta e o discurso adotado. Além do apoio da Polícia Civil, sua principal base, tem uma boa votação também na região serrana, sobretudo Domingos Martins e Marechal Floriano. 
 
Sua presença neste último município, inclusive, prejudica o futuro do deputado Cacau Lorenzoni (PP). A mulher dele Eliana Lorenzoni (PP), disputa a reeleição. Mas mesmo com ela na prefeitura, ele ficou na suplência na eleição de 2010. 
 
No PT, o deputado Cláudio Vereza está em seu sexto mandato, já chegou a falar em aposentadoria, mas dificilmente não disputará a eleição em 2014. Com uma ligação forte com a Igreja Católica, ele hoje não tem mais o mesmo desempenho de votos do passado, mas deve se manter na Casa. Ele apoia a candidatura do vereador João Batista Babá em Vila Velha, mas o desempenho do correligionário não afetará seu futuro. 
 
Já seu colega de bancada Roberto Carlos vem mostrando muita esperteza política, além de mudar de lado na Serra, para melhor se acomodar no palanque do socialista Audifax Barcelos, vem sendo cotado até para a presidência da Casa em uma manobra do governo para evitar a reeleição de Ferraço. Conhecido como farejador de votos, dificilmente não será reeleito em 2014.
 
A deputada Lúcia Dornellas, também do PT, terá muita dificuldade para se reeleger se não vencer a disputa no município de Cariacica, já que não contará com a presença do prefeito Helder Salomão (PT), seu padrinho político, à frente da prefeitura em 2014. A grande dificuldade de Lúcia está no fato de que o deputado Marcelo Santos (PMDB) segue firme à frente da corrida eleitoral e dificilmente voltará à Assembleia em 2014. Se não estiver à frente da prefeitura, deve disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. 
 
Fechando o quadro de Cariacica, o deputado Sandro Locutor (PV) se beneficiou do bom posicionamento do PV na eleição passada. Ele cresceu no parlamento, mas novamente vai depender da movimentação de seu partido em 2014. 
 
O candidato do PPS, Luciano Rezende, luta para chegar ao segundo turno da eleição em Vitória contra Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), sua chance de virar o jogo ganhando a adesão da militância do PT na segunda fase. Se perder a eleição, terá dificuldade de se reeleger por ser um fenômeno restrito de Vitória. Em 2010, ele conseguiu visibilidade na Secretaria de Estado de Esportes, mas não terá o mesmo mecanismo na próxima eleição. 
 
Ainda em Vitória, o deputado José Esmeraldo (PR) conquistou espaço próprio e se fortaleceu com a eleição do filho Sérgio Sá (PSB) para vereador em 2008. Esmeraldo não deve ter dificuldade em se reeleger em 2014. 
 
Já o deputado Luciano Pereira (DEM) é resultado do pai Edinho Pereira na região de Barra de São Francisco. Ele conta com o prestígio do pai, mas se não vencer a dura disputa que trava com Enivaldo dos Anjos (PSD) terá dificuldade de se reeleger, porque se for eleito, Enivaldo vai tentar emplacar um nome de seu grupo na Assembleia. 
 
Também na região noroeste, o deputado Dary Pagung (PRP), oriundo de Baixo Guandu, dependerá de um arranjo proporcional tão bom quanto o que conseguiu em 2010. O mesmo valerá para seu colega de partido Henrique Vargas, que disputa a eleição em São Gabriel da Palha, mas tem uma dura batalha contra o ex-prefeito Luiz Pereira (PP), que se eleito deve tentar eleger um aliado para a Assembleia.
 
O ex-presidente da Assembleia Elcio Alvares (DEM) vai depender do tamanho do ex-governador Paulo Hartung (PMDB) depois desta eleição para garantir sua permanência na Assembleia, já que só os votos da Igreja Maranata não devem garantir sua reeleição.
 
A deputada Aparecida Denadai (PDT) enfrenta um sério problema de saúde, mas se recupera bem do AVC que a deixou em uma cadeira de rodas. Sua ausência na eleição de Cariacica, sua principal base, pode prejudicar sua reeleição em 2014. 
 
Depois de outubro, com as mudanças no plenário, os novos deputados também terão dois anos para se consolidar e garantir suas permanências no Legislativo em 2014. 

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