A divisão das Comissões do Senado deve se intensificar após o Carnaval, mas a expectativa é de que o senador capixaba Ricardo Ferraço (PMDB) perca um importante espaço que ocupa, a Comissão de Relações Exteriores (CRE). Isso porque o interesse do PMDB se concentra na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que será disputada dentro da bancada pelos senadores Gleisi Hoffmann (PR) e Delcídio do Amaral (MS).
Pelas regras da proporcionalidade, o PMDB, que tem a maior bancada, 18 senadores, será o primeiro a escolher e deve optar pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). O partido ainda não sinalizou quem será o indicado.
Com sua movimentação para ser o candidato dissidente à presidência do Senado, Ricardo Ferraço entrou em rota de colisão com a bancada, por não ter consultado os colegas antes. Por isso, a possibilidade de ser escolhido para a comissão mais importante em disputa é remota.
A expectativa era de que Ricardo Ferraço conseguisse se manter na CRE, mas como o partido tem outros interesses, abriu espaço para que outros partidos buscassem a acomodação nesse colegiado. Terceira maior bancada, com 11 senadores, o PSDB aguarda os critérios para indicações, mas deve optar pela Comissão de Relações Exteriores.
À frente dessa comissão, Ricardo Ferraço conseguiu uma visibilidade positiva e negativa, em casos de repercussão internacional. O principal deles foi a fuga do senador boliviano Roger Molina para o Brasil. Ele participou ativamente da ação que torou o senador da Bolívia, contando inclusive com a ajuda de um empresário do Estado que lhe emprestou um jatinho particular.
As presidências das comissões permanentes do Senado são divididas entre os partidos com base no tamanho de cada bancada, em respeito ao princípio da proporcionalidade. Atualmente são 15 partidos com representação no Senado e a bancada mais numerosa é a do PMDB, com 18 senadores. Depois vêm PT (14) e PSDB (11).
Há na casa quatro blocos partidários: Bloco da Maioria (PMDB e PSD), Bloco da Oposição (PSDB e DEM), Democracia Participativa (PSB, PP e PPS) e União e Força (PR, PTB, PRB e PSC). Um quinto grupo, o Bloco de Apoio ao Governo (PT, PDT, PCdoB e PSOL), já está firmado e deve ser formalizado nos próximos dias.

