A deputada federal Rose de Freitas ganhou, com os escândalos recentes envolvendo os favoritos de seu partido ( PMDB) às presidências da Câmara e do Senado, uma justificativa para se viabilizar como rota alternativa. Em entrevista ao Valor Econômico nesta terça-feira (22), Rose de Freitas mostra que, caso Henrique Alves (RN) seja eleito presidente da Câmara, já começaria a gestão desgastado.
Segundo Rose de Freitas, o desgaste do colega à frente da Câmara tem uma influência direta nas articulações para a disputa presidencial em 2014. A profusão de denúncias contra Henrique Eduardo Alves (RN) e contra o candidato favorito do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), afastaria o PMDB do palanque da presidente Dilma Rosseff, no próximo ano.
Além de o PMDB perder a condição de parceiro preferencial da relação da presidente, o desgaste dos correligionários aceleraria a movimentação de Dilma na reaproximação com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente do PSB e presidenciável em potencial.
Rose de Freitas vem intensificando a campanha com os colegas de plenário e está confiante de que a disputa pela presidência da Câmara será em dois turnos e que ela estará na nova etapa da eleição, que será no próximo dia 4 de fevereiro. Mas, alerta que o que está em jogo é muito mais do que a presidência do Legislativo.
Embora a cúpula do PMDB insista no favoritismo de Henrique Eduardo Alves, no plenário a situação é outra. As denúncias deflagradas contra o deputado desgastaram sua imagem, ao mesmo tempo em que Rose de Freitas.
O quadro hoje, segundo o Valor aponta para uma liderança de Henrique Eduardo Alves, com cerca de 300 votos. Rose estaria em segundo, com 180 e o terceiro colocado seria Júlio Delgado (PSB-MG), com 120. Caso ocorra a movimentação que está sendo ventilada nos bastidores, de apoio mútuo entre Rose e Delgado no segundo turno, a deputada pelo Espírito Santo venceria a disputa.
Mas os aliados de Henrique Eduardo Alves preferem acreditar que potiguar vencerá no primeiro turno, devido à falta de lideranças de peso. Mas é no baixo-clero, termo que Rose de Freitas rejeita, que ela tem apoio. Tanto que suas propostas são justamente de tornar menos concentradas as ações da Casa nas mãos das lideranças.