Rose pode virar alternativa contra fortalecimento do PSB
Não bastassem os interesses dos 513 deputados federais que complica a articulação para a eleição da presidência da Câmara dos Deputados, os fatores externos também devem influenciar no pleito. Nessa quinta-feira (17), o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, manifestou apoio à candidatura do deputado Júlio Delgado (PSB-MG) à presidência da Câmara.
Como Eduardo Campos vem aventando a possibilidade de disputar a presidência da República, a eleição de Júlio Delgado para a presidência da Casa torna-se um fator indesejado na base do governo Dilma. O candidato palaciano é Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), mas as denúncias de favorecimento de um assessor nas emendas parlamentares prejudicaram a articulação do peemedebista para o cargo.
Henrique teria deixado de ser o favorito e a eleição ficou indefinida. A candidatura da deputada pelo Espírito Santo Rose de Freitas (PMDB) pode se fortalecer ainda mais nesse cenário de incerteza para o governo federal.
Nos bastidores ventila-se que a presidente Dilma Rousseff não teria ficado satisfeita com a candidatura de Rose, que prejudicou os planos do governo em eleger Henrique Eduardo Alves com facilidade. Mas até então, Eduardo Campos havia garantido à presidente que a candidatura de Delgado era uma decisão da bancada e não do partido. Com a declaração de apoio dessa semana, a conversa muda de rumo.
Com Alves desgastado e Delgado reforçado pelo PSB, a solução para o governo pode ser apostar na candidatura de Rose de Freitas, como uma garantia para evitar que o controle da Câmara dos Deputados caia nas mãos do PSB durante o período da sucessão presidencial.
Rose tem um bom trânsito na Casa e dialoga bem com governo federal. Ela não traria problemas com Dilma e de certa forma garantiria a permanência do PMDB à frente da Câmara. Mas, Rose não conta só com essa possibilidade. Já existe uma manobra costurada com Delgado de apoio no segundo turno da disputa.
A candidatura da deputada que em princípio foi vista apenas como uma manobra para dividir os votos, agora se consolida como um forte nome à sucessão de Marco Maia (PT-RS).
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