Quinta, 02 Mai 2024

Saída de peemedebistas do governo Casagrande não tem aval da bancada

Saída de peemedebistas do governo Casagrande não tem aval da bancada
O encontro entre a direção do PMDB do Estado e a bancada do partido na Assembleia Legislativa, nessa segunda-feira (21), não transcorreu em um clima de tranquilidade. Os membros do partido não gostaram da decisão tomada pela direção do partido de entregar os cargos peemedebistas no governo Renato Casagrande, sem uma prévia discussão. 
 
A decisão não conta com o apoio da bancada. O comentário no partido é de que Lelo teria pegado o telefone e comunicado a saída do partido ao governador Renato Casagrande, ignorando a discussão interna. Embora o presidente da legenda no Estado tenha anunciado a decisão de deixar o governo, a bancada segue firme em sua disposição de permanecer na base governista.
 
A bancada segue uma tendência do plenário da Assembleia e de grande parte das lideranças do Estado. O governador estabeleceu um ritmo atraente e de discussão com a classe política que generalizou o desejo de manutenção da aliança formada em 2010, em sua primeira eleição. 
 
Essa movimentação, que vem sendo chamada de “saco de bondades de Casagrande”, uma comparação com a prática conhecida no governo de Paulo Hartung, que era chamada nos meios políticos de “saco de maldades”. Casagrande vem fortalecendo as bases dos parlamentares, ao mesmo tempo em que vem injetado recursos e obras nos municípios, o que também fortalece os prefeitos. 
 
Nesse sentido, a tendência da maioria das lideranças é de permanecer unida a Casagrande, prevendo, inclusive, a manutenção de uma relação harmoniosa com o Palácio Anchieta, em caso de reeleição do socialista. 
 
Para algumas lideranças do PMDB, a movimentação do deputado Lelo Coimbra tem um objetivo de legitimar a manobra do grupo do ex-governador Paulo Hartung, de fechar o apoio ao palanque do grupo em 2014, por cima, ou seja, costurando o apoio do PT nacional à candidatura própria do partido no Estado. 
 
Com um acordo fechado em Brasília, os membros do grupo poderiam passar por cima dos ruídos da bancada e de outras lideranças do partido, que querem permanecer na base de Casagrande. Da mesma forma que pressiona o PMDB, o grupo também obrigaria o PT do Estado a aliar-se ao palanque peemedebista. 
 
Assim como os deputados do PMDB, o PT capixaba entende que o melhor caminho para o partido, que precisa de apoio para garantir seus espaços na disputa do próximo ano, é permanecer ao lado do socialista. Caso o PT tenha que fechar um acordo com o PMDB, isso significaria o risco sério de ter de caminhar ao lado de uma candidatura presidencial de Aécio Neves (MG) no Estado. 
 
Isso porque, para os meios políticos, embora o ex-governador esteja tentando atrair o PT nacional para seu palanque em 2014, a possibilidade de Hartung e o senador Ricardo Ferraço abandonarem o palanque da presidente Dilma Rousseff é muito grande. Essas lideranças já fizeram isso em disputas passadas e a presença de aliados do ex-governador no ninho tucano e partidos que se unem com o PSDB em nível nacional, além da própria proximidade do ex-governador com o senador mineiro, reforçam o risco. 
 
A atração do palanque de Dilma neste momento, porém, é fundamental para evitar que a presidente venha a fechar uma composição com o senador Magno Malta (PR), com quem parte do PT também estaria disposto a conversar, apesar das incompatibilidades de discurso sobre o processo no Estado em 2014.

Veja mais notícias sobre Política.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Quinta, 02 Mai 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/