Sábado, 27 Abril 2024

Sem a unanimidade, Casagrande terá pouco tempo para acionar plano B

Sem a unanimidade, Casagrande terá pouco tempo para acionar plano B
Desde o início da discussão sobre o processo eleitoral deste ano, o governador Renato Casagrande (PSB) vem tentando manter a unanimidade em torno do palanque palaciano, ampliando, inclusive o número de partidos na base. Em 2010, eram 16. Hoje o número passa dos 20 partidos. 
 
Convicto de que poderia reeditar o arranjo da unanimidade com PSB-PT-PMDB na base, Casagrande não chegou a pensar num plano B. Na iminência de perder de uma vez os dois principais partidos da base, o governador terá pouco tempo para encontrar nomes de peso para fortalecer seu palanque e enfrentar uma disputa acirrada com Hartung pelo governo do Estado.  
 
O grupo do ex-governador Paulo Hartung já vinha deixando transparecer o fim desta composição, mas o socialista não admitia o fim da unanimidade. Mesmo quando sofreu ataques do grupo de Hartung, durante a prestação de contas na Assembleia, Casagrande se controlou e não ousou fazer críticas ao governo de seu antecessor, num claro esforço de não pôr a perder o arranjo da unanimidade. 
 
Mesmo com as movimentações do ex-presidente Lula final do ano passado, Casagrande não contava com a influência da nacional neste processo. Mas o ex-presidente nunca engoliu a ideia defendida pelo governador de neutralidade na disputa presidencial. 
 
Apesar de o Espírito Santo ter um eleitorado pequeno, se comparado aos grandes colégios eleitorais do país, o fato de o governador ser o único socialista fora do Nordeste mexe com os interesses da cúpula petista. A identidade partidária de Casagrande é muito forte para ser ignorada no cenário nacional. 
 
Mesmo que consiga se manter neutro, sua presença no palanque e o trabalho do partido em favor do presidenciável Eduardo Campos já será suficiente para fazer a ligação entre os dois socialistas. Além disso, há a estratégica colocação do presidente estadual do PT, o ex-prefeito de Vitória João Coser na disputa ao Senado. 
 
Esta colocação garante o espaço de Dilma Rousseff no Estado e vai ao encontro da prioridade do PT nos pequenos colégios eleitorais de eleger senadores. Essa articulação ficaria prejudicada no palanque de unanimidade, no qual Coser seria forçado a sair como vice de Casagrande deixando a cadeira do Senado para Hartung.
 
Esta movimentação não interessa a Lula, que não teria confiança no ex-governador integrando a bancada de Dilma no Senado.

Veja mais notícias sobre Política.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Domingo, 28 Abril 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/