Sábado, 27 Abril 2024

Sem saída, bancada do PT foi 'obrigada' a votar pelo fim do pedágio na Terceira Ponte

Num primeiro momento, muitos analistas interpretaram a decisão da bancada petista de apoiar o projeto de decreto legislativo do deputado Euclério Sampaio (PDT) - que propunha o fim da cobrança do pedágio na Terceira Ponte - como prenúncio de um "racha" entre o PT e PSB. 
 
Apesar da decisão contrariar a orientação do governo, que trabalhou duro nas últimas semanas para derrubar o projeto, o PT não tinha outra escolha, senão referendar as demandas das ruas. Mesmo porque, recentemente, já havia dito não à CPI do Pó Preto, outra demanda da população da Grande Vitória, assim como a do pedágio, que deve ter reflexo nas urnas em 2014. 
 
Mas o PT não fez nada por baixo dos panos. Antes de dizer não ao governo, avisaram o governador Renato Casagrande e justificaram a posição do partido. Os petistas queriam deixar bem claro que o posicionamento contrário ao governo era apenas circunstancial, que o partido, mais do que nunca, se mantinha na base aliada firme e forte. 
 
Tanto os interlocutores do governo quanto os do PT já fizeram questão de avisar que a relação entre os dois partidos vai muito bem, obrigado. No caso do PT, a preocupação de se manter colado à base é uma questão de sobrevivência política, ainda mais agora com as quedas sucessivas de popularidade da presidente Dilma Rousseff nas pesquisas.
 
Aquele glamour que se previa num palanque com a grife Dilma, foi, aos poucos, perdendo brilho e agora já não é mais tão atraente. 
 
Casagrande, que obteve uma vitória não tão folgada (16 X 11) na sessão da Assembleia dessa segunda-feira, que apreciou o projeto do fim do pedágio, sabe que os cinco deputados da bancada petista continuam na sua mão. 
 
Apesar dos discursos inflamados dos petistas Cláudio Vereza e Lúcia Dornellas a favor do projeto, durante a sessão dessa segunda-feira, não é segredo para ninguém que a bancada do PT continua fiel ao governo. 
 
Mesmo raciocínio serve para os deputados peemedebistas Hércules Silveira e Solange Lube, que também votaram contra o governo, mas também de maneira pontual. 
 
O voto do tucano Marcos Mansur, favorável ao projeto, foi pura “zebra”. O PSDB queria mostrar que estava junto com o movimento das ruas, mas também não é oposição a Casagrande.
 
Independentes mesmo, dos 11 deputados que votaram contra o governo, só José Esmeraldo (de saída do PR), Gilsinho Lopes (PR) e o próprio Euclério. 
 
Em condições normais de “temperatura e pressão”, qualquer votação na Assembleia das pautas governistas ou é unânime pró-governo ou, na melhor das hipóteses, fecha 27 X 3. 

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