Sexta, 17 Mai 2024

Sérgio Borges assume discurso conciliador e critica ingerência política no TCE

Sérgio Borges assume discurso conciliador e critica ingerência política no TCE





O conselheiro Sérgio Manoel Nader Borges tomou posse no cargo, na tarde desta quarta-feira (6), em sessão especial do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Afastando as polêmicas relacionadas à sua eleição, o ex-deputado estadual assumiu um discurso de conciliação com os demais conselheiros e elogiou o processo de reconstrução do tribunal, mas criticou a possibilidade de ingerência política externa na corte. “Na vida existe ingerência externa até na vida familiar, o problema é que ela só ocorre quando a pessoa é fraca”, pontuou.



Durante o discurso de posse, o novo conselheiro agradeceu aos familiares e amigos que o acompanharam em sua vida pública e considerou que vai aprender com os novos colegas de tribunal: “Vou chegar para aprender o funcionamento do tribunal, mas todos podem ter certeza que vou procurar ser justo no meu trabalho, tendo como norte que Deus está acima de todas as coisas. Ele quer que a gente faça justiça e seja sereno com as pessoas”.



Sempre fazendo referências religiosas, Sérgio Borges afirmou que a sua posse “atende ao desejo de Deus”. Ele disse que a “vida não é uma ficha, mas sim o dia a dia”, possivelmente em alusão à condenação em uma ação de improbidade administrativa pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJES) – na qual recorre no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que motivou questionamentos por parte de entidades civis à sua indicação ao cargo.



“Estou tranquilo pelo que fiz na minha vida. Fui eleito limpamente entre 20 candidatos. Toda documentação que precisa colocar, eu coloquei. Hoje estou tomando posse porque a lei me permite. Vou continuar pautando minha vida pela ética e acho que a democracia é boa porque tem direito de contestação. Já vivi na ditadura por 20 anos e não podíamos falar, hoje podemos contestar”, garantiu.



Sérgio Borges evitou falar sobre a existência de uma divisão entre grupos dentro do tribunal. Ele repetiu o discurso em torno da unidade entre os conselheiros, mas criticou a possibilidade de ingerência externa na corte, ao ser questionado por jornalistas. O ex-deputado afirmou que não vai deixar de se relacionar com amigos dos tempos de política, mas não vai permitir uma ingerência em seus julgamentos.



Sobre a celeridade no processo de nomeação e posse, em menos de 24 horas, Sérgio Borges afirmou que o ato seria normal. “Se demora, iam falar que estava me esquivando da responsabilidade”, brincou. O ex-líder do governo na Assembleia teve a indicação aprovada com o voto de 16 deputados, nessa segunda-feira (4). O decreto legislativo com a decisão havia sido publicado nessa terça-feira (5), mesmo dia em que foi assinado o ato de nomeação pelo governador Renato Casagrande.



Seguindo os ritos do tribunal, o tradicional discurso de boas-vindas dos conselheiros foi feito pelo também ex-deputado Rodrigo Chamoun, que destacou a trajetória profissional de Sérgio Borges e a parceria nos tempos de Assembleia: “Quando fui presidente [da Casa], vivíamos um momento de transformação, tomamos medidas duras e nunca faltou o apoio do colega”. O atual presidente da corte, Sebastião Carlos Ranna, falou sobre a importância das atividades no tribunal. “São duas missões: a primeira é de orientação para auxiliar o governo; e a segunda, de controle, para evitar o desgoverno”, citou.



Na solenidade de posse, o governo foi representado pelo secretário da Casa Civil, Tyago Hoffmann. Também acompanharam a solenidade, familiares e amigos do novo conselheiros, além de autoridades, como os deputados estaduais Josias Da Vitória (PDT), Freitas (PSB), Gilsinho Lopes (PR), Sandro Locutor (PPS) e Gildevan Fernandes (PV).

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