Subida de Marina mostra que Balestrassi pode ter se precipitado ao trocar a Rede pelo PSDB
A subida da presidenciável Marina Silva (Rede Sustentabilidade) na recente pesquisa do Ibope, na qual a ex-senadora aparece apenas oito pontos (22%) atrás da presidente Dilma Rousseff (30%), indica que o presidente do Banco de Desenvolvimento do Estado (Bandes), Guerino Balestrassi, pode não ter feito uma boa escolha ao trocar a Rede pelo PSDB.
Se a Rede vingar e Mariana, mais identificada com os movimentos de rua, continuar crescendo, a presidenciável do novo partido precisará de um palanque no Espírito Santo. Até abril, quando Balestrassi estava incumbido de coordenar as ações do futuro partido no Estado, a notícia do crescimento de Marina daria um empurrão e tanto nas pretensões do presidente do Bandes, que almejava se lançar ao Senado.
Daria, porque Balestrassi consultou sua bola de cristal em abril e achou que o futuro de Marina e de sua Rede estava fadado ao fracasso. Assediado pelos tucanos, enfraquecidos com as derrotas de Luiz Paulo Vellozo Lucas (Vitória) e de Max Filho (Vila Velha) nas últimas eleições municipais, Balestrassi preferiu trocar duvidoso pelo certo.
O ex-prefeito de Colatina deve ter pesado os prós e contra. Deve ter ponderado, por exemplo, que a Rede dificilmente teria tempo de TV, o que dificultaria as coisas para seus candidatos.
Mas isso foi antes dos protestos de rua, que mostraram que a comunicação via redes sociais deve sobrepor-se às propagandas oficiais reguladas pela Justiça Eleitoral.
Talvez, se Balestrassi tivesse ouvido o ex-secretário de Educação de Vila Velha, Roberto Beling, e hoje um dos principais coordenadores da Rede no Estado, teria repensado sua escolha.
Beling, antes mesmo de o povo tomar o asfalto e Marina disparar nas pesquisas, alertou, num comentário em Século Diário: “A Rede Sustentabilidade não é um partido cartorial ou meramente congressual. Sua estratégia de construção não passa pela incorporação de políticos com mandatos ou representantes da velha política, ou seja, fundamenta sua construção na horizontalidade e no ativismo autoral. Antenada nas novas realidades da comunicação não fica na dependência exclusiva no horário eleitoral gratuito e aposta muito na força das redes sociais”.
Parece que Beling foi mais visionário que Balestrassi.
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