Não é a primeira que o nome de Sueli Vidigal aparece como candidata do PDT à prefeitura da Serra. A ex-deputada federal seria o plano “B” do marido, Sérgio Vidigal, que estaria estudando uma estratégia para evitar a reedição de uma disputa polarizada com o atual prefeito Audifax Barcelos (Rede).
Os primeiros movimentos de Vidigal e Audifax mostram que o confronto entre as duas principais lideranças políticas do município será inevitável. Como em outros pleitos, a disputa deste ano já prevê cenas de um roteiro sangrento, com direito a golpes abaixo da linha de cintura de ambos os lados.
Os meios políticos avaliam que uma disputa polarizada poderia resultar em prejuízos para os dois candidatos. O eleitorado serrano, tirando as “torcidas organizadas” de ambos, parece estar esgotado desse revanchismo. As últimas disputas têm mostrado que a rivalidade entre Audifax e Vidigal se tornou mais importante que os problemas da Serra. Na disputa de 2012, os candidatos dedicaram mais tempo aos ataques e contra-ataques do que ao debate de propostas.
Vidigal parece já ter se convencido que a polarização não é a melhor estratégia para vencer a eleição de outubro. Tanto que tem evitado criticar diretamente o rival. Mas o retrospecto dessa relação aponta que, mais cedo ou mais tarde, o embate será inevitável.
E nesse contexto que surge o nome de Sueli. A ex-deputada é uma liderança com boa densidade eleitoral na Serra. Lançá-la candidata evitaria a polarização direta com Audifax, mesmo com Vidigal atuando como principal cabo eleitoral de Sueli.
Esse plano chegou a ser cogitado logo depois da votação do impeachment da presidente Dilma na Câmara, em abril, quando o deputado Sérgio Vidigal “furou” o acordo do partido e decidiu votar a favor do impedimento da presidente. O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse, à época, que Vidigal e os outros cinco deputados que contrariaram a decisão do partido poderiam ser punidos com a expulsão sumária da legenda.
Caso a decisão se confirmasse, Vidigal poderia ficar sem legenda para disputar as eleições e teria que encontrar um nome para sucedê-lo. Naquela ocasião, o nome de Sueli foi o primeiro a ser cogitado.
É verdade que a expulsão acabou virando um “gancho” de 40 dias que não muda em nada as pretensões de Vidigal para a disputa. Mas é verdade também que o deputado está atento à tendência do eleitor serrano, que poderia receber bem um nome muito próximo a ele, mas, ao mesmo tempo, um pouco mais distante dessa polarização, que parece causar a cada eleição mais repulsa no eleitor.