Sexta, 26 Abril 2024

Tropa de choque de Ferraço defende PEC da reeleição

Tropa de choque de Ferraço defende PEC da reeleição

Embalados pela polêmica do abono de R$ 2 mil aos servidores da Assembleia Legislativa, os deputados estaduais do PR Gilsinho Lopes e José Esmeraldo foram à tribuna da Casa nessa segunda-feira (12), para defender Theodorico Ferraço (DEM).



A manifestação dos deputados deixa transparecer a divisão do plenário em relação à eleição para a Presidência da Casa. Gilsinho Lopes chegou a cobrar o colega de plenário José Carlos Elias (PTB) sobre a tramitação da PEC 08/2012, que permite a reeleição para o cargo da presidência.



O requerimento que angariou 22 assinaturas ainda no período pré-eleitoral foi paralisado a perdido do governador Renato Casagrande, e agora, passado o pleito, a sensação é de que não há mais clima para que o presidente da Casa, Theodorico Ferraço, seja reconduzido ao cargo.



Mesmo assim, os aliados defendem a reeleição do presidente. Mas o plenário está dividido e ganha força a ideia de que o governador Renato Casagrande estaria inclinado a fortalecer a candidatura do primeiro secretário Roberto Carlos (PT) ao comando da Assembleia.



Essa movimentação também transpirou da fala de José Esmeraldo, que criticou a ação do petista na mediação do embate sobre o abono dos servidores. O clima parece ter ficado tenso nos bastidores, já que Roberto Carlos afirmou que apenas Ferraço falará sobre o recurso de fim de ano para os servidores.



Para os meios políticos a concessão do abono na verdade foi uma ação política de Ferraço, justamente para causar polêmica com o governo, diante da dificuldade em emplacar sua reeleição. Outra leitura é de que a concessão do abono para os servidores teria um tom de despedida do presidente da Casa do cargo.



Em relação aos recursos, criou-se no governo passado um entendimento de que os três poderes adotariam um valor isonômico para Executivo, Judiciário, Ministério Público, Assembleia e Tribunal de Contas. A prática foi mantida pelo atual governador e diante do valor apresentado pela Assembleia, os demais poderes reclamaram.



Em meio ao fogo cruzado, os servidores da Assembleia ficam ainda mais indignados com a utilização de suas reivindicações como subterfúgio para as manobras políticas entre Executivo e Legislativo. Outro instrumento nessa briga é o pagamento do retroativo dos 11.98% de reposição salarial decorrentes de planos econômicos.



O pagamento do resíduo, que chega à casa dos R$ 120 milhões, é uma briga de Ferraço e isso fortaleceu sua chegada à presidência da Casa. Mas o governo do Estado não teria segurança na presença de Ferraço à frente da Casa por seu perfil intempestivo. Daí criou-se uma polêmica sobre o pagamento do valor. O governo se recusa a pagar a dívida, que os servidores dos demais poderes já receberam, alegando que a cifra é alta e deve ser paga por meio de precatório, o que para os servidores não cabe, já que a dívida não é executada.



Até fevereiro, quando acontece a eleição na Assembleia, a situação deve ficar ainda mais tensa entre governo e Legislativo. Os deputados, após o pleito municipal, estariam receosos em ir de encontro ao desejo do governador, por outro lado, há a ideia de que a reeleição de Ferraço fortaleceria a Assembleia, aumentando a independência da Casa.

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