Tucanos freiam articulações de olho nas decisões da nacional
As movimentações do ex-governador Paulo Hartung (PMDB) de aproximação com o candidato tucano a presidência, em Brasília, surtiram efeito, pelo menos no que diz respeito à ida do partido para o palanque do governador Renato Casagrande. Os tucanos frearam bruscamente a movimentação que vinha em nível acelerado desde o encontro dos presidenciáveis Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), no último 1º de Maio.
A tendência hoje no PSDB é de que o grupo caminhe para o palanque de Hartung, mas as resistências ainda são grandes e devem trazer muita discussão interna. As conversas aqui no Estado, porém, não devem bater o martelo sobre o caminho do partido no Espírito Santo. Tudo vai depender da necessidade de articulação dos palanques nacionais.
Os presidenciáveis articularam uma movimentação informal no sentido de evitar a eleição da presidente Dilma Rousseff (PT) em primeiro turno. As críticas da ex-senadora Marina Silva (Rede) na semana passada aos tucanos trouxe incertezas sobre a aliança, mas no Estado, as lideranças não acreditam que isso possa trazer problemas para as costuras entre os dois palanques.
Pesou mais as argumentações de Hartung de que o palanque de Casagrande não se afina com as ideias defendidas pelo PSDB em nível nacional. Neste sentido, a movimentação anterior do grupo do ex-prefeito de Vitória, Luiz Paulo Vellozo Lucas, que reproduzia a articulação nacional, se enfraqueceu.
Outra jogada certeira do ex-governador foi propor a vice para o DEM, que além de atender à parceria nacional entre os dois partidos, garante a manutenção da política de grupo que defende. Uma movimentação articulada no ano passado com a filiação do aliado do ex-governador, Neivaldo Bragato, no partido.
Com a aproximação cada vez mais clara entre Hartung e o ninho tucano, a situação do PT capixaba fica mais complicada. Os petistas oscilavam entre o palanque de neutralidade do governador Renato Casagrande e a candidatura de Hartung. Assim que assumiu o interesse de disputar a eleição, o ex-governador se reuniu com os petistas, mas diferentemente do que pensavam, Hartung não aderiu ao palanque petista.
Paralelamente, o governador Renato Casagrande assumiu a candidatura de Eduardo Campos, o que inviabiliza a permanência dos petistas no palanque palaciano. Com a aproximação de Hartung e o PSDB, a porta com o PMDB também fica fechada. Assim, os petistas correm o sério risco de ter de disputar sozinhos uma eleição para a qual não se prepararam para exercer o papel de protagonistas.
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