Sábado, 27 Abril 2024

Unanimidade política protege Ferraço de suspeitas apontadas na Derrama

Unanimidade política protege Ferraço de suspeitas apontadas na Derrama

Em entrevista ao jornal A Gazeta desta terça-feira (5), o presidente da Assembleia Legislativa, Theodorico Ferraço (DEM), não explicou as acusações de fraude em contratos de prefeituras do Estado com a CMS Consultoria para recuperação de tributos, esquema que teria partido de Itapemirim, município de onde ele comandaria informalmente a prefeitura da mulher, Norma Ayub (DEM).



Subsidiado pelo parecer do chefe do Ministério Público Estadual (MPES), Eder Pontes, que determinou o arquivamento das denúncias contra Ferraço, o demista se isenta de discutir o cerne da questão e, de quebra, sai fortalecido. Adotando um discurso maniqueísta, ele joga todo um cabedal de indícios na vala comum da perseguição política, sem apontar quem seriam seus “perseguidores”.



Muitas movimentações de bastidores aconteceram no período em que o caso estava em avaliação. Há conversas nos corredores da Assembleia que falam até em ameaças aos envolvidos. Mesmo com uma série de processos de improbidade administrativa em tramitação no Tribunal de Justiça, Ferraço saiu fortalecido do episódio sugerindo ao mercado político a ideia de que não será alcançado por nenhuma denúncia até o fim de seu mandato.



O livramento de Ferraço das acusações recoloca o presidente da Assembleia em uma posição confortável dentro do arranjo institucional que sustenta o sistema político vigente no Estado. Vai ao encontro das considerações do professor Roberto Garcia Simões em sua coluna semanal, publicada nesta terça em A Gazeta. O professor mostra como o esvaziamento da Assembleia nas discussões políticas e a falta de projetos partidários contribuem para a manutenção do sistema de unanimidade no Estado.



Foi justamente essa unanimidade que garantiu a reeleição de Ferraço para a presidência da Casa, mesmo diante de um escândalo que poderia abalar a imagem do plenário. Também foi abonado pelo Palácio Anchieta. O silencio dos partidos e da sociedade civil organizada mostraram que o comprometimento com o que o professor Simões chama de unanimidade vai além do âmbito institucional.



Embora a história ainda não tenha acabado, a movimentação em torno das investigações da denúncia dão a Ferraço um espaço para se fortalecer e comandar o Legislativo com plenos poderes, sem ser incomodado pelas atribulações externas.









 

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