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União Brasil dá 24 horas para filiados deixarem cargos no governo Lula

No Estado, partido comandado por Marcelo Santos segue na base de Renato Casagrande

Kamyla Passos/Ales

O partido União Brasil lançou uma nota nesta quinta-feira (28) em que afirma que filiados à sigla terão 24 horas para entregar seus cargos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Atualmente, Celson Sabino (União-PA) comanda o Ministério do Turismo, e o partido ocupa postos em diversos órgãos da administração pública. A decisão antecipa o desembarque decidido na formalização da superfederação com o Progressistas (PP), em agosto último.

A expectativa, agora, é sobre os impactos da decisão no Espírito Santo. Em âmbito estadual, a União Progressista (UP) está fechada com o governador Renato Casagrande (PSB), mas, a nível federal, suas lideranças articulam com o polo ideológico oposto, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Quem comanda o União Brasil a nível estadual atualmente é o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos, que reforçou no início do ano que estará com Renato Casagrande e Ricardo Ferraço em 2026. Marcelo é pré-candidato a deputado federal e já tem circulado pelo Estado para se articular com lideranças do interior.

Outra peça importante é o futuro presidente estadual da União Progressista, o deputado federal Da Vitória (PP). Apesar de estar alinhado com Casagrande, segue os posicionamentos da extrema direita no Congresso Nacional. A decisão da federação agora o libera totalmente para entrar na oposição ao presidente Lula.

Mas ainda há dúvidas sobre de que lado Da Vitória estará nas eleições do ano que vem. Ele pleiteia uma candidatura ao Senado, mas, no campo governista, tem ganhado força a possibilidade de uma dobradinha entre o prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio (MDB), e o próprio Casagrande. A alternativa seria pegar uma das duas candidaturas ao Senado dentro do campo do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos) – a vice-prefeita, Cris Samorini, é do Progressistas. Nesse caso, porém, teria que convencer o União Brasil a migrar para a oposição.

O deputado federal Evair de Melo (PP) também é peça importante desse jogo. Bolsonarista de carteirinha, é opositor de Renato Casagrande. A falta de vínculo de sua federação partidária com qualquer coisa parecida com a esquerda pode ser usada como um trunfo para tentar arrastá-la de vez para a oposição em nível estadual. Evair é um dos principais articuladores da candidatura de Pazolini ao Governo do Estado, sendo cotado para a concorrida disputa ao Senado.

Também há dúvidas sobre qual será o destino do secretário estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Felipe Rigoni, que não é bolsonarista, mas ao mesmo está muito longe de qualquer afinidade com o campo progressista. Em setembro, Rigoni foi rebaixado de presidente estadual do União Brasil para segundo vice-presidente. Sem espaço na sigla, ele é cotado como candidato a deputado federal no ano que vem, mas por outra sigla, possivelmente o Podemos.

Uma movimentação recente da superfederação mexeu com o mercado político. Um dos pré-candidatos a governador, o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo, está atualmente sem partido e foi convidado a se filiar ao PP. Borgo segue a linha de “conversar com todo mundo”, mas sempre se colocou como um político de direita. O desembarque da gestão petista deve reforçar os planos de tentar viabilizar sua candidatura. Hoje, a preferência no grupo de Casagrande, do qual ele faz parte, é para uma candidatura de Ricardo Ferraço (MDB) ao Governo.

Por outro lado, a manutenção da União Progressista no arco de alianças do governador tornará ainda mais improvável um acordo com o presidente Lula, como o que houve nas eleições de 2022. Sendo assim, o Partido dos Trabalhadores (PT) deverá ser definitivamente empurrado para uma candidatura própria a governador, com o deputado federal Helder Salomão assumindo a missão.

Resultados eleitorais

Nas duas últimas eleições, o União Brasil teve um desempenho abaixo do esperado no Espírito Santo – o próprio Rigoni perdeu a reeleição para deputado federal. A federação com o PP representa um ganho e tanto, passando a compor as maiores bancadas (tanto no Congresso Nacional quanto na Assembleia Legislativa), além de garantir a maior parcela do fundo partidário e eleitoral e maior tempo de propaganda eleitoral na TV e rádio.

Na Câmara dos Deputados, a federação assume o maior bloco, com 109 nomes. No Senado, chegará a 15. Governadores são seis; prefeitos eleitos em todo o País,1,3 mil; e vereadores, 12 mil. No Estado, o grupo se mantém com duas cadeiras na Câmara pelo PP, de Da Vitória e Evair de Melo – União não tem ninguém – e, na Assembleia, se tornará a maior bancada, com Marcos Madureira, Raquel Lessa e Zé Preto, do PP; e Denninho Silva, Bruno Resende e Marcelo Santos, do União.

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