Leonardo Monjardim criticou Aylton Dadalto, que o chamou de “hipócrita”

Os vereadores Leonardo Monjardim (Novo) e Aylton Dadalto (Republicanos), ambos da base do governo do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) na Câmara de Vitória, tiveram uma discussão acalorada durante a sessão ordinária desta quarta-feira (25). Monjardim criticou Aylton por uma sessão de homenagens direcionada à advocacia trabalhista e por supostamente faltar sessões com frequência, e o colega o rebateu.
O embate começou logo após Armandinho Fontoura (PL) assumir o microfone com uma questão de ordem: reclamou da ausência dos vereadores no plenário e pediu recomposição de quórum – o que já havia motivado discussão parecida na sessão do dia anterior. Leonardo Monjardim aproveitou a deixa para criticar Aylton Dadalto de forma explícita.
“Hoje, aqui, foi um circo. Vereador vem aqui, bagunça nossa sessão ordinária, coloca mais de 30 pessoas, faz uma sessão solene – regimentalmente isso é proibido –, e depois vira as costas e vai embora. É uma falta de respeito com o parlamento, e aqui fica a minha indignação. Não queria dar nomes às pessoas, mas a gente precisa falar: vereador Aylton Dadalto fez hoje uma grande palhaçada nesse plenário, e isso não pode acontecer mais vezes”, disparou Monjardim.
“O vereador não para nesse plenário, chega atrasado, sai cedo, não dialoga com a sociedade, fica só fazendo vídeo, hoje fez aqui uma palhaçada”, continuou o vereador do Novo, antes de ser interrompido pela presidente em exercício Karla Coser (PT) – que o alertou que o momento era para tratar da questão de ordem, as críticas poderiam ser ditas durante o seu tempo de fala posterior.
Logo depois, durante o discurso de Bruno Malias (PSB), começou um bate-boca entre os vereadores pelos corredores da Câmara, longe dos microfones e das câmeras. O presidente Anderson Goggi (PP) interveio dizendo que não toleraria “bagunça”. Malias, por sua vez, defendeu que os problemas fossem resolvidos internamente. “Roupa suja se lava em casa”, disse.
Em novo discurso, Leonardo Monjardim reforçou as críticas, dizendo que “tem vereador que parece que ganha eleição só por ego, vaidade”. Disse, ainda, que se Aylton Dadalto deseja ser prefeito de Vitória, “que se candidate”, e também mostrou contrariedade com a homenagem feita aos advogados trabalhistas.
“Não é nada contra a OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], embora eu tenha muitas questões com a Justiça do Trabalho. Nós sabemos que a Justiça do Trabalho custa mais caro do que as indenizações que são dadas aos trabalhadores”, comentou, dizendo ainda que Dadalto se diz de direita, mas faz homenagem à Justiça do Trabalho.
Dadalto se defendeu chamando Monjardim de “hipócrita”, lembrando que o próprio vereador do Novo se coloca como pré-candidato a senador. “Meu público sabe que eu trabalho muito. Junto com o vereador Jocelino [PT] e o vereador Armandinho, tenho a maior produção aqui. E não é uma competição. É só pra dizer que eu também trabalho”, disse.
“Irei completar os meus quatro anos de mandato. E eu jamais serei hipócrita de ficar apontado vereador que chega atrasado, vereador que não está presente, jamais! Porque em algum momento eu não estarei, em algum momento esse vereador não estará. Mas eu sei que estarei trabalhando. Não adianta criticar e fazer a mesma coisa. Porque todo mundo tem telhado de vidro, nenhum ser humano é perfeito”, comentou.
Em tom mais ameno, Dárcio Bracarense (PL) e Armandinho (Fontoura) também fizeram críticas a Aylton Dadalto pelas faltas e por escolher homenagear representantes da Justiça do Trabalho – que, segundo eles “precisa acabar”.
“Eu não fico monitorando o que os outros vereadores fazem. Mas uma coisa é óbvia: existe, sim, uma falta de compromisso de muitos vereadores…não vou aqui fulanizar, não vou falar que é do Aylton, né, mas existe, sim, uma óbvia e notória falta de compromisso de alguns vereadores com a cidade de Vitória”, argumentou Dárcio.
A reclamação pelas faltas dos vereadores nas sessões da Câmara de Vitória tem se tornado mais frequente. O presidente Arderson Goggi, inclusive, comentou que houve um acordo para que os pedidos de recomposição de quórum “não atrapalhem os discursos dos vereadores de esquerda”.