Helder Salomão comemora o resultado do julgamento dessa quinta, mas diz que “prioridade é o combate à pandemia”
“Vamos para uma disputa muito melhor”. Assim o deputado federal Helder Salomão, uma das lideranças do PT no Espírito Santo, analisa a vitória do partido com o restabelecimento dos direitos políticos do ex-presidente Lula, em decorrência da decisão que apontou suspeição do ex-juiz Sergio Moro. Apesar de deixar claro que ainda não é momento para se tratar de campanha eleitoral, o parlamentar afirma que o partido poderá disputar o governo do Estado, ressaltando, no entanto, que a prioridade é o projeto nacional, ou seja, a Presidência da República.
A confirmação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da anulação das condenações do ex-presidente Lula, nessa quinta-feira (15), altera o cenário para o PT no Espírito Santo, depois de experimentar seguidos reveses nas duas últimas eleições. “Vamos ampliar para duas ou três vagas na Assembleia Legislativa e de uma para duas na Câmara Federal”, projeta o deputado, que aponta para um número crescente de novas filiações ao partido, fator que irá contribuir para viabilizar os planos estabelecidos.
“O PT já vinha retomando o crescimento de filiações”, diz, acrescentando que um dos fatos para a formação desse quadro é o governo de Jair Bolsonaro. Ele cita o senador Fabiano Contarato, de saída da Rede, com quem o partido vem conversando, mas ainda não se definiu. “É um nome que respeitamos muito”, afirma, e aponta também o ex-deputado estadual Roberto Carlos, que deixou a Rede e retorno ao PT.
Ele comenta outras filiações de lideranças populares e, ao ser questionado sobre uma candidatura própria ao governo, afirma que isso poderá ocorrer, dependendo da estratégia a ser traçada pelo partido para voltar à Presidência da República, com “Lula ou Haddad, segundo está colocado até o momento, destacando, no entanto, que essa construção poderá ocorrer por meio de alianças com outras siglas partidárias”.
O parlamentar prefere não se deter em nomes que poderiam liderar uma candidatura ao governo do Estado, para disputar com governador Renato Casagrande (PSB), cuja reeleição é dada como certa nos meios políticos, que sinalizam, também, o nome dele próprio e do ex-prefeito João Coser. “A prioridade é o projeto nacional e vamos buscar convergências para construí-lo”, diz Helder, referindo-se às eleições tanto no âmbito nacional quanto no estadual. Lula e presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, têm conversado sobre as eleições de 2022.
O deputado destaca que, apesar do retorno do ex-presidente Lula à cena política, apontado nas pesquisas como favorito para as eleições presidenciais, no momento “a atitude de todos deve estar voltada para o combate à pandemia do coronavírus, a retomada da economia e a geração de emprego”.