Ato interdita a BR-101 contra o fechamento da Utin do Dório Silva

Profissionais da Saúde, famílias e servidores do Hospital Dório Silva, na Serra, realizaram um protesto na manhã desta terça-feira (7) na BR-101, no mesmo município, contra o fechamento da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) do hospital. Os moradores e profissionais se opõem à transferência da Utin para o Hospital Geral e Infantil Dr. Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha. A manifestação teve início por volta das 7 horas e terminou às 11 horas. Os participantes do protesto fechavam as pistas da rodovia por 15 minutos e liberavam o trânsito por mais 15. 

 

Os representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde no Estado (Sindsaúde-ES) alegam que o Himaba sequer tem condição de atender à demanda atual do serviço, o que pode ser agravado com a transferência. 

 

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), no entanto, diz que ainda está sendo feito o estudo técnico que apontara se a transferência é possível ou não. 

 

Na manhã desta terça-feira, em entrevista à rádio CBN Vitória, o secretario de Estado da Saúde, Ricardo de Oliveira afirmou que a transferência está sendo debatida no Conselho Estadual da Saúde (CES). Ele acrescentou que o Himaba vai se especializar, ampliando os serviços, mas sem aumentar a equipe. 

 

Segundo o sindicato, a transferência que o governo quer fazer vai acarretar falta de leitos para a população da Serra e de todo o norte do Estado, e também para pacientes do sul da Bahia, uma vez que a Utin do Dório Silva é retaguarda do hospital Jayme Santos Neves, também localizado na Serra. No dia 27 de março o Sindicato já havia realizado outra manifestação com passeata que terminou na frente do Dório Silva.

 

Para a entidade, a transferência pretendida pelo governo aumentará as demandas por remoções que podem ultrapassar 24 horas para serem atendidas, colocando a vida de pacientes em risco. Além disso, o Himaba, em Vila Velha, não conseguirá absorver toda essa demanda, mesmo com a transferência da Utin, uma vez que a estrutura e as equipes não serão suficientes em um hospital em que hoje a situação é de até três crianças dividindo o mesmo leito.

 

Os trabalhadores da Saúde exigem, ainda, que mais de 40 leitos que estão fechados no Dório Silva, distribuídos entre duas enfermarias e uma sala de urgência desativadas, sejam reocupadas, e os trabalhadores da Saúde demitidos sejam recontratados desafogando outros hospitais superlotados, como São Lucas e o Antônio Bezerra de Faria.