Sábado, 27 Abril 2024

Campanha arrecada recursos para reformar consultório odontológico Guarani

Campanha arrecada recursos para reformar consultório odontológico Guarani
Os Guarani de Aracruz, no norte do Espírito Santo, estão com uma campanha para arrecadar recursos destinados à reforma da antiga escola de Boa Esperança, com objetivo de abrigar um consultório odontológico que atenderá a cinco aldeias da Terra Indígena Tupiniquim Guarani.



As doações podem ser feitas na conta da Associação Indígena Tupiniquim Guarani e os comprovantes enviados por email ou telefone. Aceita-se também doação de materiais como cadeiras, mesas e armários. Alguns já foram enviados.



O material odontológico já foi entregue pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), estando parado há cinco anos, e já há uma dentista disponível para os atendimentos, faltando apenas o prédio. As obras também já foram autorizadas pela Sesai em 2013, porém, não aconteceram.



A saúde indígena, bem como a educação especial, são dois direitos constitucionais sistematicamente negados aos povos indígenas do Brasil. E formam um tripé, juntamente com a demarcação das Terras Indígenas (Tis), ponto prioritário que será discutido durante o próximo Acampamento Terra Livre (ATL), que acontece nos dias 23 a 27 de abril, em Brasília.



O cacique de Boa Esperança, Werá Kwaray, o Toninho, conta que o governo federal tem tentado se esvair das suas responsabilidades constitucionais junto aos povos indígenas, na gestão de Michel Temer, tendo sido publicadas inclusive portarias nesse sentido, passando para os estados e municípios a responsabilidade.



Caso isso aconteça, a situação só deve piorar, pois se mesmo com recursos especificamente destinados para isso, as prefeituras e estados não investem, imagina se tiverem de incluir tais obrigações em seus orçamentos.



O hospital público de Aracruz é um exemplo. A sala especial para atendimento dos indígenas, incluindo a liberação para atuação dos pajés, continua sendo negada, bem como alimentação diferenciada, que não desrespeite as tradições culturais.



No posto de saúde da aldeia, o preconceito também violenta as tradições. As enfermeiras, conta o cacique, “não acreditam nos remédios que a gente leva nem nos rituais de cura. Querem só levar pro hospital e dar remédio não-indígena”, diz. “Eu sou liderança, sei o que tem que ser feito. Nós Guarani é que sabemos o que tem ser feito. Isso fere a nossa soberania, a nossa saúde”, reclama.



A escola estadual de ensino médio de Caieiras Velha é outro caso exemplar. Mesmo com todo o material doado pelo governo anterior, de Renato Casagrande (PSB), e a cessão de um prédio pela prefeitura, o governo Paulo Hartung não contratou os profissionais.



Já a demarcação das terras indígenas, no tripé central das pautas do Acampamento, esbarra na tese do Marco Temporal, segundo a qual as terras que foram demarcadas depois da Constituição Federal de 1988 deveriam ser revistas ou anuladas, o que afetaria o território capixaba, demarcado após essa data, reduzindo-as a menos de 10% do tamanho atual.


O momento é especialmente crítico para os Guarani-Kaiowa do Mato Grosso do Sul, cuja liminar de reintegração de posse por pouco foi implementada nesta segunda-feira (9), expulsando os moradores e, possivelmente, provocando grave genocídio étnico.



Serviço:

Doação para reforma do consultório odontológico Guarani em Aracruz

Banestes, Agência: 0165-6, C/C 13 64955-3

CNPJ: 10.300.205/0001-46

Enviar comprovante para   ou (27) 99951-4287

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